sábado, 28 de março de 2009

É urgente um novo partido.


Já ninguém acredita em Sócrates. Já todos os portugueses sabem que é uma pessoa incapaz de dizer a verdade seja em que ocasião for e que a sua política é desastrosa como se tem visto e ainda mais desastrosa para o futuro, mas aí, quando o desastre chegar, já nem lhe hão-de atribuir a culpa por alguns dos desastres causados (por exemplo, como já referi várias vezes, o desastre da educação, que só se irá sentir já alguns anos depois de ele se ir embora). Já ninguém acredita em Sócrates, nem mesmo quem, por interesse, o apoia e vota nele. Mas as alternativas à direita também não convencem ninguém. Manuela Ferreira Leite não convence ninguém, nem se vislumbra ninguém naquele partido que possa valer alguma coisa. O CDS é a mesma coisa: o CDS é Paulo Portas e este perdeu a credibilidade por ter feito parte de um governo que fez mais ou menos a mesma coisa que o governo do “eng.” Sócrates. Com isto, com a falta de credibilidade da chamada direita, Sócrates entra no eleitorado destes dois partidos (das pessoas desta área ideológica que ainda se dão ao trabalho de ir votar), pois muita gente de direita já nem sabe o que há-de fazer. Como já disse noutra crónica, muita gente, em protesto com isto tudo, vai votar precisamente na pior opção: na extrema-esquerda. Isto faz com que os votos em Portugal não representem minimamente a ideologia da maior parte da população e faz com que os governos governem à esquerda e cada vez mais à esquerda e levem Portugal para o abismo. As pessoas estão cansadas desta gente, os partidos são ninhos de criar políticos, a gente que anda agora na política são meninos que são políticos desde pequenos, que dominaram as juventudes partidárias e entraram na política sem nunca terem feito nada na vida, são pessoas que não sabem nada de nada e que a primeira profissão deles foi serem deputados, vereadores, chefes de gabinete deste ou daquele político mais velho, são pessoas que sempre viveram da e para a política e que nunca viveram a realidade do país, que não sabem nada de nada e não estão preparados para mandar em nada porque não sabem nada e, a maior parte deles, não valem nada, sendo apenas uma corja de bajuladores. E quando falo desta malta sem qualquer valor que anda pendurada na política, também já falo do bloco de esquerda que, mal começou a ter alguma representatividade na Assembleia da República, foi logo invadido por meninos betos e de boas famílias armados em rebeldes. A acrescer a tudo isto, temos uma comunicação social que não só cala quem tiver ideias que destoem das tolices generalizadas nas mentes dos portugueses desde a escola primária desde o 25 de Abril, como ainda as ataca, rotulando as pessoas, preconceituosamente, de racistas, xenófobas, fascistas, de extrema-direita, ou seja, quem não concordar com as ideias que nos têm levado para o abismo, leva logo com um rótulo que ninguém quer ter; e ninguém desta área ideológica pode ir para a televisão defender o que quer que seja, seja por medo ou por não ser mesmo convidado, ou até porque as suas palavras são tiradas do contexto em que foram ditas e repetidas até à exaustão. Como exemplo destes rótulos, eu lembro aqui que vários partidos de direita, como a frente nacional de Le Pen, em França, ou o partido de Haider, na Áustria, são sempre chamados na comunicação social como partidos populistas, racistas, xenófobos, fascistas ou de extrema-direita. Mas quem é a comunicação social para rotular partidos? Eu nunca ouvi rotular desta maneira partidos de extrema-esquerda, ou rotular, por exemplo, o partido de Sócrates como o partido do mentiroso…
Continuando, Portugal está entregue a gente que não vale nada e não sabe nada e, no meio disto (ou por causa disto) as pessoas deixaram de ir votar ou passaram a votar em partidos que elas próprias sabem que não prestam e que não defendem verdadeiramente os interesses do país, fazendo-o apenas como protesto. Quem for para a rua falar com as pessoas verá que as pessoas falam e pensam de maneira completamente diferente da que os políticos, da esquerda à direita, falam na televisão. As pessoas já não acreditam em ninguém daquela gente, daquela gente que continua a mamar na “grande porca” que é a política. E quando vão votar, votam mal, porque não há um partido que represente verdadeiramente o pensamento dos portugueses. E porque esse partido, se existisse, não teria voz na comunicação social (ou seria mesmo atacado – quem não se lembra do cartaz do PNR no Marquês de Pombal, em Lisboa, que foi, primeiro, vandalizado e depois proibido?), ou seria rotulado com nomes horríveis ou seria apresentado como um partido que não tinha hipóteses e que votar nele era estragar um voto, como se o voto num dos outros partidos valesse mais do que um voto num partido desses. Enfim, eles até já são senhores do nosso voto, influenciando-nos com a ideia de que o nosso voto vale ser for neste partido, mas não vale se for no outro.
Mas nós precisamos de um verdadeiro partido de direita, um partido que não seja apenas conservador nos ideais, mas que não seja liberal, que não defenda o capitalismo selvagem e a privatização de tudo e mais alguma coisa. Um partido que defenda que sectores fundamentais para o desenvolvimento e soberania do país (água, electricidade, saúde, segurança, estradas, educação, segurança social, uma empresa petrolífera, um banco e outras coisas mais) devem estar nas mãos do Estado; um partido que combata verdadeiramente o crime, quer com leis como deve ser, quer dando autoridade às polícias; um partido que defenda a classe média, incentive o trabalho e a poupança, e desincentive a indigência e o “chupismo”; um partido que ponha nas chefias da função pública e das empresas públicas pessoal de carreira que suba pelo mérito e não pela cor do cartão partidário; um partido que corra da política esta escumalha que por lá anda e que leve para lá pessoas com mérito; um partido que impeça o saque a que os dinheiros públicos estão sujeitos e que ponha esta corja de ladrões e vigaristas e corruptos todos na prisão e que não deixe os casos de corrupção em Portugal todos arquivados ou prescritos, havendo provas de delitos que não são validadas por meros expedientes processuais; um partido que não esteja todos os dias a inventar maneiras de sacar dinheiro às pessoas por tudo e por nada; um partido que não faça as pessoas pagarem exorbitâncias (autênticas rendas ao estado, por vezes) por terem algo de seu; um partido que dê educação aos jovens, que dê autoridade aos professores e que não fomente a reprodução de ignorância (nomeadamente com o fazer com que todos avancem no ensino sem saber nada ou as novas oportunidades); um partido que ponha ordem na justiça e na legislação fiscal, que acabe com os excessivos direitos dos criminosos e que faça com que a justiça funcione em tempo razoável; um partido que tenha governantes que servem o país e não se sirvam do país, andando aqui a tratar o povo por lorpa; um partido que construa hospitais e centros de saúde em vez de estádios de futebol; um partido que arranje estradas em vez de fazer rotundas; um partido que construa lares para idosos e esquadras de polícia em vez de grandes edifícios novos para as câmaras municipais se instalarem; um partido que ajude e financie quem quer ter filhos e não consegue em vez de ajudar e financiar abortos. No fundo, um partido que faça aquilo por que todos os portugueses anseiam e falam, mas que não existe, porque as pessoas têm medo de ser prejudicadas nas suas vidas se aderirem ou fundarem um partido que mexa assim com os interesses instalados. Mas, ao mesmo tempo, um partido que tenha credibilidade junto das pessoas, que não seja constituído por indivíduos mais ou menos trogloditas, de cabeça rapada e botas da tropa, que apenas dão mau nome e má imagem a qualquer partido, por mais sério que ele seja; porque a verdadeira direita é constituída por pessoas simples e por intelectuais e não por trogloditas, que é sempre a imagem que a comunicação social tenta passar dos partidos de direita. Porque a verdadeira direita não necessita de ser antidemocrática (como a extrema-esquerda o é) e não é antidemocrática. Porque um partido constituído por gente de bem, inteligente e que sirva o país, não necessita de ser antidemocrático, pois o bom governante saberá ser amado e o povo reconhecê-lo-á. E não há que ter medo de eleições. Medo têm os que lá estão, do dia em que um partido de direita assim, que não se deixe contaminar por gente vinda do actual poder nem de meninos que queiram a ele aderir desde pequeninos, chegar ao poder e usar esse poder para o bem do país e das pessoas e não de si ou das clientelas políticas. Eles têm medo de um partido que acabe com os tachos e com as regalias de uma cambada que vive com altíssimos salários e rodeada de mordomias (carros, telemóveis, cartões de crédito, etc.), enquanto se fala de baixar os salários às pessoas.
Era de um partido assim que Portugal necessitava. E é um partido assim que as pessoas, sebastianamente, aguardam e que há-de surgir um dia. E nessa altura, serão os sem mérito, que vivem do saque ao povo, que terão dores de morte!

sexta-feira, 13 de março de 2009

O crescimento da esquerda.


Não é novidade para ninguém que vivemos uma grave crise económica e financeira mundial. O capitalismo selvagem levou um forte abalo e as pessoas sentem na pele a crise e muitas descrêem agora do casino que era muito deste capitalismo, onde as pessoas eram possuidoras de riqueza que não existia, era tudo riqueza especulativa, as coisas não valiam de facto o que se dizia que valiam, e toda a gente vivia acima das suas possibilidades, iludindo-se que era rica. Isto é também o que acontecia em Portugal: o crédito fácil e barato e o dinheiro que chegava lá de fora (e ainda há muito a chegar, atenção!) dava às pessoas a ilusão de que eram ricas ou remediadas, em vez da realidade de que são remediadas ou pobres (isto a maioria, pois uns tinham a ilusão de que eram estupidamente e obscenamente ricos e afinal eram só ricos ou muito ricos, pois as suas fortunas esfumaram-se na bolsa). Viveu-se, portanto, a ilusão (muito incutida pelos meios de comunicação social, que iludem os mais novos) de que Portugal, após o 25 de Abril, ficou mais rico e mais próspero e que recuperámos do atraso em que o Estado Novo nos mergulhou (como se o atraso tivesse sido causado pelo Estado Novo e não fosse um atraso crónico, que existe desde que Portugal é Portugal). Nada mais falso, como pode constatar agora qualquer pessoa minimamente inteligente ou que não seja intelectualmente desonesta. Podemos constatar que tudo, desde o 25 de Abril, foi uma ilusão que se viveu, onde vivemos constantemente acima das nossas possibilidades dando assim a sensação de que estávamos melhores, primeiro à custa do imenso ouro que Salazar nos deixou (era a 3ª maior reserva de ouro do mundo), depois dos fundos do FMI, depois dos fundos da União Europeia, e ainda do recurso ao crédito e endividamento no exterior, que algum dia terá que ser pago.
Ora, quando o país vai para o buraco interessa defender a “seita” que o parasita, importa defender o regime, importa convencer o povo (sobretudo os mais jovens, pois os mais velhos viveram no tempo de Salazar e sabem bem que isto são quase tudo mentiras – daí vir a velha máxima, a de que são velhos e, portanto, saudosistas, como se fosse possível ser-se saudosista de um tempo mau e de sofrimento) de que isto até nem está bem, mas antes era tudo muito pior, que era uma sardinha para 3 (quem não ouviu esta história repetida até à exaustão), o que nos leva a pensar que antigamente as famílias eram todas constituídas por múltiplos de 3, ou que se vendiam terços de sardinhas (“olhe, dê-me aí uma sardinha e um terço de outra, pois a minha família tem 4 pessoas!” – “sim senhor, quer a parte da cabeça ou do rabo?” – “dê-me a do meio, que tem mais carninha”), que não se podia falar (como se hoje pudéssemos – alguém tente escrever alguma coisa contra o governo e vai ver onde se mete, se não leva processos disciplinares ou processos em tribunal), que o povo era muito ignorante (vejamos quem construiu a maior parte das escolas de hoje, comparemos o ensino rigoroso de então com a rebaldaria e “reprodução de ignorância” de hoje, e vejamos, sobretudo, o que era o ensino antes do Estado Novo, para vermos se o objectivo da época era a ignorância ou se, pelo contrário, se partiu do estado zero para a construção de escolas, universidades, ensino rigoroso, ou seja, se o investimento no ensino em Portugal não foi o maior de sempre), e outras baboseiras, muitas delas contadas com anacronismos gritantes, acusando o Estado Novo de coisas que, de facto, hoje são impensáveis (sobretudo ao nível da moral), mas que na altura eram assim em Portugal e eram assim em todo o mundo; mas que era assim em todo o mundo não se fala.
Enfim, os portugueses que cresceram depois do 25 de Abril são bombardeados com mentiras pelos nossos governantes e pela comunicação social e não se imaginam a viver no mundo que lhes é contado, quando comparado com o mundo de ilusão em que viviam e, quando o mundo de ilusão se desmorona, é preciso denegrir o Homem que personificava o Estado Novo (fazem-se séries de televisão fantasiosas ou põem-se indivíduos que nunca privaram com ele a dizer como é que ele era na intimidade, no dia a dia), denegrir o Homem que tinha dois contadores da luz no palácio de S. Bento – um para a zona oficial, pago pelo Estado, e outro para a zona onde vivia, pago por ele (alguém acredita que hoje em dia ainda é assim?) – o Homem que se mandasse o carro oficial fazer-lhe um recado pessoal dava dinheiro dele ao motorista para que pusesse gasolina no carro, o governante português mais sério que existiu, um dos poucos governantes da história de Portugal que mandou no país durante cerca de 40 anos e morreu, não diria pobre, mas com a quinta do Vimieiro e nada mais (comparem-no com esta malta que lá anda, que ao fim de meia dúzia de anos estão riquíssimos e, muitos deles, envolvidos em escândalos de corrupção – como eu os compreendo no medo que têm ao Salazar, que é um péssimo exemplo para eles e que os não deixaria andarem no saque ao erário público em que andam).
Mas, quando se poderia (e deveria) ver a verdadeira direita a subir (que, no fundo, é grande, como se viu, por exemplo, quando Salazar ganhou o concurso do “maior português de sempre”), eis que se nota que as pessoas de direita continuam iludidas com o CDS e o PSD (que não são quem nos representa), que se vê o centro fugir para o PS e se assiste, pasme-se!, ao crescimento da extrema esquerda. Claro que eu posso compreender um pouco essa tontice por parte dos mais jovens, que não são bombardeados com as verdades do que se passou após o 25 de Abril, com o que a esquerda fez e com o que tentou fazer e não conseguiu, como o são com as mentiras que se contam do Estado Novo e que, a maior parte das vezes, anda alienada do que se passa na sociedade e ignorante e incapaz de pensar em coisas que não sejam futilidades (como telemóveis, música rock, roupa de marca ou da Zara, cinema de pancadaria, álcool ou drogas), acha que tem amigos numa esquerda que defende algumas das suas tontarias próprias da idade, mas que se chegasse ao poder mais não faria do que terminar com tudo o que os jovens apreciam na sua futilidade. Alguém acredita que o comunismo (seja ele estalinista, maoista, trotskista, castrista ou outro qualquer mais ou menos radical) deixaria a juventude entregue aos charros, à roupa de marca ou da Zara, aos telemóveis topo de gama ou outra coisa qualquer que o capitalismo proporciona aos jovens e que jamais houve em qualquer país comunista? A juventude havia de ir viver para Cuba algum tempo (viver e trabalhar, não é levar vida de turista, como a que leva lá quem para o ocidente vem gabar Cuba) ou para a Coreia do Norte passar fome, para ver o que o comunismo ou a extrema-esquerda lhes dá! Os jovens que andam aí armados em rebeldes e defensores das teorias económicas utópicas dessa gente, nomeadamente bloquista, haviam de poder por em prática num qualquer recanto do mundo aquilo que esses senhores defendem, para ver ao fim de quanto tempo estavam a passar fome e a tentar fugir para um país capitalista (e atenção, eu não sou, e posso-me gabar de nunca ter sido, defensor do capitalismo selvagem e neo-liberal).
Mas o que eu não consigo compreender é que muita gente, como voto de protesto, alinhe em votar em partidos que não são defensores dos seus ideais. As pessoas que não concordam com o estado a que o país está a chegar por causa dos dois maiores partidos, ao fazerem um voto de protesto na extrema-esquerda, estão a levar esses tontos que nos governam a pensar que o povo está a virar à esquerda e tendem a tomar cada vez mais medidas de esquerda que apenas levam à ruína do país. Porque é claro que toda a gente acha que os trabalhadores deviam ganhar mais, que deviam ter mais direitos, que as empresas deviam pagar mais impostos, etc., etc., etc.. Mas as coisas não podem ser feitas assim só porque isso é justo. Porque no mundo globalizado em que vivemos, esse tipo de medidas impostas por governos, apenas levaria a que as empresas se deslocalizassem para países onde os trabalhadores têm menos direitos e os impostos são mais baixos. E essas medidas demagógicas e utópicas que esses partidos propõem apenas levariam a um desemprego cada vez maior por via da deslocalização e de falências de empresas que não conseguiriam competir com a concorrência exterior.
Portanto, não é certo nem é viável uma viragem à esquerda e é terrível assistir ao crescimento de quem apenas nos levaria à miséria. É errado fazer-se um voto de protesto em quem apenas diz “esfola” a quem nos quer matar. E assistir a isto, causa-me dores que, mais do que de morte, são de esfolar vivo. Porque é urgente que esse voto de protesto seja feito num partido de direita que leve o país para o caminho certo. Pena é que, neste momento, esse partido não exista… Mais vale votar num pequeno partido de direita que já exista (mesmo não sendo o ideal, mesmo não sendo o verdadeiro representante da ideologia da generalidade dos portugueses ou não seja integrado apenas por gente decente), a ver o que dá.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Governo muito mediocre.

Qualquer pessoa que não viva à conta desta desastrosa governação, sabe avaliar os três primeiros anos de governação de José Sócrates como um governo mau. Claro que há cada vez maior quantidade de gente que vive do saque do erário público (os camaradas de partido, que aplaudiram calorosamente o primeiro ministro mais mentiroso e teimoso na asneira de que há memória em Portugal e a malta do rendimento mínimo e outros subsídio dependentes – agora também grandes especuladores bolsistas, pelos vistos) e esses acham que está tudo muito bem (vamos ver é quanto tempo mais isto vai aguentar com cada vez menos gente a trabalhar e sobrecarregada de impostos e cada vez mais gente a viver à custa destes).
Mas eu nem quero agora aqui falar dos primeiros três anos de governação, em que as sucessivas descobertas de mentiras, aldrabices, trafulhices do nosso primeiro-ministro (o seu “curso de engenharia”, o não aumento de impostos, a destruição do sistema nacional de saúde, sobretudo no interior, os 150 mil novos empregos, etc.), foram sempre disfarçados com um magro crescimento, fruto do arrastamento da economia portuguesa pela economia internacional (as políticas de Sócrates em absolutamente nada contribuíram para isso, v.g. a desastrosa política de educação que torna os portugueses cada vez mais mal preparados, a continuação de uma justiça que não funciona, o não desagravamento do IRC, a instabilidade fiscal, enfim, coisas que poderiam incentivar realmente a economia e não o seu paleio oco e falso), e por uma teimosia que as pessoas, habituadas aos governos desde 1995, confundiram com firmeza, com reformismo e com competência. No entanto, realmente o que se assistiu em Portugal nesses primeiros 3 anos foi a destruição do ensino público; a destruição do sistema nacional de saúde; muita propaganda em relação ao simplex e ao choque tecnológico, que, na realidade, deixaram quase tudo na mesma; uma revisão do código de processo penal com o fim de reduzir os gastos do Estado com a prisão de criminosos e que gerou um descontrolo do crime em Portugal, a ponto de este se tornar num paraíso criminal que atrai criminosos de todo o mundo, que sabem que aqui nunca vão presos; um ataque à classe média; um ataque aos professores, aos polícias ou a quem quer que trabalhe e que queira ter algo de seu, o qual, apesar de fruto do trabalho, do sacrifício e da poupança, é tributado como se não fosse de quem tem ou construiu as coisas mas como se estas pertencessem ao Estado; um cada vez maior número de tachos principescamente remunerados para os amigos; a manutenção de uma cada vez maior classe de parasitas do rendimento mínimo, a quem tudo lhes é dado e nada lhes é exigido, e que se continuam a reproduzir, a ponto de já se afirmar que em 2030 as reformas serão 50% dos vencimentos, tal será a quantidade de indigentes que viverão à custa do rendimento mínimo ou do roubo e a cada vez menor quantidade de gente a trabalhar; uma instabilidade fiscal que espanta com violência o investimento estrangeiro, que não sabe nunca com o que pode contar a nível fiscal em Portugal (vi há pouco tempo um programa na televisão em que um entrevistado mostrava em molho de papéis de algumas duzentas páginas, e que eram as alterações fiscais do último mês e, segundo ele, aquilo era a média por mês que saía de alterações à fiscalidade em Portugal, ao que ele perguntava se, em primeiro lugar, era possível alguém saber a legislação fiscal, e em segundo lugar se aquilo era de um país que pudesse ser atractivo em relação ao investimento estrangeiro, com tanta alteração e com um grande risco de se investir hoje perante um quadro fiscal e este ser alterado já para o mês que vem); um ministro da economia que decretou o fim da crise e que teve o desplante de ir para a China dizer para investirem em Portugal, pois aqui temos mão-de-obra barata; uma propaganda enorme em torno da distribuição do Magalhães, anunciado como um computador português e que não é português, numa escolha de um computador sem concurso público, um computador que, segundo consta, afinal não é distribuído, excepto nas escolas onde o primeiro-ministro vai, e um computador que, tal como Medina Carreira diz, “enquanto aqueles computadores não se avariarem todos, não haverá sossego nas aulas” (e que fez ainda o primeiro-ministro fazer uma figura ridícula na cimeira ibero-americana, ao fazer de delegado comercial de uma empresa portuguesa que monta componentes vindos de fora e que, pelos vistos, andou a fugir ao fisco…); etc., etc., etc.
Mas, como já disse acima, nem quero falar destes três anos: quero falar destes últimos 6 meses, em que o governo atingiu um nível impensável, de tão medíocre, de tão baixo, tão baixo… Sócrates, com o seu habitual descaramento, começou por dizer que íamos passar ao lado da crise, que não íamos entrar em recessão, fez um orçamento fantasioso criticado por todos mas teimou e foi em frente (como é óbvio, teve que o mudar logo em Janeiro); depois lançou foguetes quando o INE veio dizer que o crescimento da economia no 3º trimestre era 0%, pois os outros países estavam já a decrescer (afinal, correcções feitas, era -0,1% – aqui não disse mais nada); depois calou-se quando entrámos em recessão; depois veio dizer que a culpa disto tudo era do estrangeiro; depois, em Fevereiro, perante o encerramento maciço de empresas em Portugal no mês de Janeiro (70 mil portugueses perderam o emprego em Janeiro, fora os que estão com salários em atraso e os que viram os seus ordenados baixarem por causa do lay-off), veio lançar foguetes por causa da taxa de desemprego em Portugal no último trimestre de 2008, que não era tão má como isso; depois veio lançar uma manobra de diversão, tirando da cartola o casamento dos homossexuais (lei que tinha impedido de ser aprovada, com disciplina de voto, há um ano atrás), como se isso fosse uma prioridade (ou como se isso fosse, sequer, bom) ou como se alguma coisa tivesse mudado no último ano que devesse ser rejeitada na altura e aprovada agora; depois vem com mais histórias de “dar mais aos que mais precisam”, ou seja, vai continuar com o saque à classe média para continuar a dar mais a quem não quer trabalhar (agora fala em bolsas de estudo aos mais pobres até ao 12º ano), ou seja, continua-se a arrogar, cada vez mais, no direito de fazer do meu dinheiro aquilo que lhe apetece, tirando-mo para dar a pessoas que eu não conheço, sem sequer me perguntar se eu quero dar esse meu dinheiro, ou sem sequer me deixar dar o meu dinheiro, ganho com o meu suor, a quem me apetecer – não, ele pega no meu dinheiro e dá-o aos que mais precisam, que, obviamente, é quem ele decide que precisa mais, podendo até ser a um jovem licenciado do PS que necessita de ganhar 3 ou 4 mil euros por mês, ou a um cigano qualquer que ontem até me tenha ameaçado a mim ou à minha família; no meio disto tudo, tem andado a dizer que pôs as contas públicas em ordem, quando continuámos sempre com défices e para 2009 este vai disparar outra vez (mais 3 anos a apertar o cinto); e faz-se de vítima no caso “freeport”, quando já toda a gente está a ver que o homem está metido naquilo até ao pescoço (enfim, são mentiras documentadas que inventaram contra o senhor, tal como o caso do curso dele, tal como a história mentirosa de que ele alguma vez disse que ia criar 150 mil novos empregos ou que não ia aumentar os impostos, ou outras…).
Ou seja, perante a fragilidade dos partidos à sua direita e perante os tontos que, como voto de protesto, se viram para o bloco de esquerda (sem pensarem que isso não nos defende, antes nos atira ainda mais para o charco, pois políticas de esquerda levam ainda mais para a fuga de investimento estrangeiro, para falências em Portugal e para o desemprego), Sócrates chega-se ainda mais para a esquerda e faz ainda mais asneiras, continuando uma política de gastos públicos e endividamento, gastando quanto tem e quanto não tem em despesa não produtiva (o tal dinheiro para os que mais precisam, o TGV, que nem com a economia e o mundo assim o fazem recuar, o aeroporto, etc.) soltando asneiras e mentiras para todo o lado, na tentativa de não perder muitos votos para o bloco e fazendo cada vez mais políticas que se confundem com as políticas do bloco de esquerda. Enfim, levando-nos para o descalabro económico e social.
Infelizmente, têm sido estas as políticas de Sócrates nos últimos 6 meses e são estas as que se avizinham, pelo menos, até às próximas eleições: políticas e viragem ainda mais à esquerda e consequências catastróficas para o futuro do país, mas com direito a tirar dividendos nas próximas eleições. Mas a nossa democracia assenta nesta base: não interessa se vamos pagar muito caro isto que fazemos agora, o que interessa é ganhar as eleições e perpetuarmo-nos no poder, para garantir o nosso saque e o saque dos “nossos”. Triste democracia a nossa e triste futuro vamos ter enquanto gente deste nível nos governar…
Por fim, para que não digam que tudo são más notícias, de vez em quando também chegam algumas notícias boas e que me aliviam as dores de morte de que padeço: Nino Vieira, presidente da ex-província ultramarina portuguesa Guiné-Bissau, foi abatido à catanada e ao tiro.