domingo, 28 de junho de 2009

Lições a tirar das eleições para o parlamento europeu.



Estas eleições para o parlamento europeu vêm confirmar, infelizmente, aquilo que tenho dito neste blogue. As pessoas continuam a usar o seu voto de forma irresponsável, continuam a não serem senhoras de seu voto e a serem influenciadas pelas sondagens, indo a correr atrás daquilo a que os teóricos, os donos do nosso voto, chamam de voto útil. E, claro, a par disto, somos também, cada vez mais, escravos da canalha para quem apenas interessa, ao votar, em votar no partido que defende que se possam fumar charros, fazer abortos, ou que casamentos contra natura se possam realizar.
Mas pronto, contra essa canalha nada há a fazer, as suas prioridades são as rastas, as calças rotas, as bolas de malabarismos, o cuspir fogo, os charros, enquanto os pais trabalham (normalmente gente que aufere bons rendimentos e aprecia bons vinhos, boa lagosta e bom caviar) para os deixar levar uma boa vida e, mais tarde, os “colocarem” aí num bom lugar. Esta esquerda caviar, esta esquerda bloquista, é uma esquerda muito mais perigosa do que a CDU, esta sim alvo de um voto mais verdadeiramente ideológico e importante (eu nunca disse que um partido comunista devia desaparecer, pois é um partido importante na mobilização dos trabalhadores, um partido verdadeiramente de combate e que é, muitas vezes, a voz que as pessoas têm na ditadura que vivemos entre eleições) e que nada tem de negativo. O perigo que estas eleições nos mostraram não são os mais de 11% do PCP, são os mais de 11% do PCP mais os mais de 11% do bloco, estes últimos completamente desligados da verdadeira realidade do pensamento das pessoas, até mesmo, diria, das que votam neste partido sem ser por voto de protesto (se bem se lembram – a memória é curta e os jovens já nem se lembram disto – a coligação entre vários partidos ultra radicais de estrema esquerda, insignificantes, herdados do PREC, nomeadamente a UDP, o PSR e o MDP/CDE, bem como a junção a esta amálgama de vários elementos do partido comunista que pensavam que o definhar do PCP era irreversível e que esta extrema-esquerda revolucionária e anti-democrática, mascarada de uma nova esquerda mais “arejada”, iria tender a substituir o PCP e não queriam perder o tacho nem a notoriedade). O que se passa é que as pessoas, revoltadas com as políticas de esquerda e de centro do PS e que nos têm levado ao descalabro, ao desemprego e baixa produtividade, ao crime, ao incentivo à preguiça, ao despesismo típico da esquerda, etc., em vez de votarem de acordo com as suas convicções, vão fazer um voto de protesto votando em partidos que não representam minimamente as suas ideias mas precisamente o contrário delas, só porque esse partido é o partido de protesto que tem hipóteses de eleger deputados. Lá está, à conta do voto útil vão eleger deputados que apenas vão levar a que o governo governe ainda pior, pois ao votarem na esquerda vão levar a que o governo governe ainda mais à esquerda e nos leve, cada vez mais, para o descalabro a que as políticas de esquerda nos têm conduzido (não só a nós, mas nos sítios onde governa, como é o caso da Espanha ou da Grã Bretanha, onde governos socialistas têm destruído completamente a economia dos respectivos países e o desemprego tem chegado a níveis catastróficos). E a prova disto foi o facto de senhores como Manuel Alegre, Paulo Pedroso ou António José Seguro, membros do PS, terem vindo logo no dia a seguir às eleições dizer que o que as eleições mostraram é que o povo quer que se governe mais à esquerda. Mas o governar mais à esquerda é fazer precisamente o contrário daquilo que as pessoas falam, do que as pessoas se queixam, é dar mais rendimentos mínimos, é dar mais subsídios de desemprego quando há empresas que querem trabalhadores e estes não querem trabalhar porque ficam a ganhar o mesmo e a terem que trabalhar, é continuar a ser permissivo em relação à criminalidade e arranjar justificações para os criminosos e arruaceiros (como é o caso dos últimos desacatos num bairro de Setúbal e há uns tempos em Loures), é abrir ainda mais as portas à imigração que, como se tem visto, tem feito aumentar o crime em geral e o crime violento em particular, é dar mais direitos aos criminosos, é o preocupar-se em demasia com os direitos humanos de indivíduos que, pela maneira como vivem na nossa sociedade e pelo valor que dão à vida dos outros, não deviam ter qualquer direito, é continuar a defender mais e melhores condições para os condenados a penas de prisão e não considerar que esses indivíduos deviam trabalhar para pagar os custos que implicam a sua manutenção (mal vai o país que obriga estudantes a pagar propinas para pagar o seu custo na universidade ou taxas moderadoras nos hospitais a quem está doente, para pagar os seus custos, ou custas judiciais por se recorrer a um tribunal para fazer justiça tarde e a más horas – e, tantas vezes, sem que essa justiça não seja feita – mas não obriga criminosos que estão a cumprir pena por causarem males à sociedade a pagarem os custos da sua privação de liberdade ou imigrantes ilegais a pagar a sua viagem de regresso quando são alvos de expulsão do país). Porque isto é verdade! Eu lembro-me bem, quando era estudante, que as pessoas que por não terem filhos a estudar nas universidades públicas e por “dor de cotovelo” eram a favor da mentira que era espalhada de que “não são os pais dos que não têm filhos a estudar nas universidades públicas que têm que pagar o ensino dos que lá estudam” (sem nunca se preocuparem se os seus impostos eram baixados ou não, apenas por terem a mentalidade de “tramar” os outros) mas nunca vi ninguém se revoltar pelo facto de estar a sustentar bandidos na prisão sem ter lá filhos presos ou a pagar viagens caras a imigrantes ilegais no seu regresso a casa… Mas a extrema-esquerda defende isto, defende que os criminosos que estão presos são criaturas cheias de direitos, que a um assassino que não respeitou o direito à vida de outra pessoa (um direito humano fundamental – o direito à vida) têm que ser respeitados uma série de direitos humanos, tais como o de não poder ser obrigado a trabalhar, ao menos para pagar o seu sustento, em vez de obrigar os familiares e amigos das vítimas a sustentarem a sua vida ociosa dentro de uma prisão, como se a pena de prisão fosse apenas uma pena de privação de liberdade e não também uma expiação pelo crime cometido e um ressarcir a sociedade por um mal que lhe causou. (já agora, lembro que, ao contrário do que essa malta de extrema-esquerda apregoa enquanto não está no poder, no intuito de mostrar a pele de cordeiro que veste por cima da pele de lobo e enganar as pessoas, nos países comunistas os detidos iam todos trabalhar e não de uma forma meiga – quem não se lembra dos campos de trabalho na Sibéria, onde todos os presos eram obrigados a trabalhar como escravos, horas intermináveis por dia, com uma mísera ração que muitas vezes era abaixo do nível de subsistência – leia-se, a propósito disto, “Um dia a vida de Ivan Denisovic”, de Alexandre Sojenitsin, prémio Nobel da Literatura).
Eu sei que este regime está podre, que foi apodrecido pela alternância no poder entre dois partidos praticamente iguais e ambos (um mais do que o outro) neo liberais e com tiques de esquerda, mas não é com votos de protesto no bloco de esquerda que as coisas vão melhorar. As coisas só podem melhorar com votos mais à direita (de preferência com a criação de um verdadeiro partido de direita com gente séria, competente e com vontade de servir e longe de ideologias esquerdistas ou liberais puras) e nunca mostrando aos autistas e corruptos que nos governam que o povo quer uma viragem à esquerda (quando não quer, eu sei a quantidade de pessoas que abominam a ideologia do bloco e que foram votar nele, por ser “o único que chateia os gajos”), pois pode acontecer, se se deixarem de voto útil no voto de protesto, se todos votarem naquilo que acham mesmo, que um partido à direita cresça como cresceu o bloco e que possa ser um partido onde as pessoas de direita possam dar o seu voto de protesto. Só é preciso fazer esse voto sem pensar se o voto é útil ou não (já se viu, para quem é de direita, que o voto no bloco não é útil). E eu lembro aqui como surgiu o bloco: a coligação de vários pequenos partidos estalinistas, maoistas, trotsquistas, que concorreram uma vez juntos e elegeram um deputado. A partir daí as pessoas de extrema-esquerda (mais uma vez recordo: maoistas, trotsquistas e estalinistas, que é o que o bloco é) acreditaram e deixarem-se de votos úteis noutros partidos e começaram a fazer crescer este, depois acrescentados por charrosos, homossexuais, pseudo intelectuais e outras pessoas mais ou menos decentes. Se as pessoas quiserem, podem mostrar que isso também é possível fazer num partido de direita (é mais complicado um pouco, pois quando a direita mete um cartaz no Marquês de Pombal, em Lisboa, vem logo a esquerda e a extrema-esquerda censurá-lo e mandar tirar, mas é possível, pois eu sei que somos muitos mais do que os 12 ou 13 mil votos que um partido de direita teve nas últimas eleições – embora eu reconheça que esse partido, com alguma da gente que lá tem, não será o partido ideal, mas seria um princípio, seria um motor de arranque e logo a gente que lá está e não interessa teria que sair quando o partido começasse a crescer – ao contrário do bloco, que quando começou a crescer foi logo invadido por charrosos, malta das rastas e outros, pensado eles que, se um dia o partido chegasse ao poder, isso alguma vez continuaria, cegos do que se passa e do que se passou em países comunistas). O que não faz sentido é pessoas decentes e respeitadoras da ordem e da justiça, pessoas de direita, andarem a votar na extrema-esquerda estalinista.
Porque, meus amigos, foi a direita (não a minha direita, mas essa não teve oportunidade de mostrar o que vale, mas foi sem dúvida a direita e a democracia – mesmo não sendo a mais perfeita democracia) que construiu aquilo em que vivemos, que construiu a Europa em que vivemos, que construiu os EUA, que construiu o Japão, que construiu a Austrália e a Nova Zelândia e foi a extrema-esquerda que construiu Cuba, que construiu a Coreia do Norte, que construiu a Europa de Leste que, após 20 anos, ainda não conseguiu ultrapassar a miséria que o comunismo lhe deixou, e que está a construir a Venezuela. E é a própria direita que permite que esta extrema-esquerda fale e concorra a eleições (pois estes jamais nos deixariam concorrer se fossem eles que mandassem) e que, tão paradoxalmente, se preocupa se a extrema-direita tem 5 ou 6% dos votos mas não se preocupa que a extrema-esquerda, a verdadeira inimiga do nosso modo de vida, tenha, como teve em Portugal, não os 11% do PCP mas os 23% que teve. Espero que no futuro se pense um bocado nisto antes de ir dar o voto a quem não vai defender o que nós defendemos mas a quem vai fazer com que isto fique cada vez pior. Porque as coisas estão más e a distribuição de riqueza é má e as vigarices são mais que muitas, mas sempre vai valendo mais uma má distribuição de riqueza criada, do que a não distribuição por falta de criação de riqueza, que é onde a esquerda sempre nos levou e sempre nos levará. E levar-nos-á a dores de morte apenas comparáveis às sofridas nos campos de concentração estalinistas na Sibéria, sem charros para aliviar as dores!