Como podem suspeitar pelo meu longo silêncio, tenho andado com muita preguiça para aqui vir escrever o que me vai na alma acerca do que se vai passando em Portugal e no mundo. Mas, apesar de isso ser verdade, também não é menos verdade que poucos têm sido os assuntos que me têm feito ter vontade de escrever. Por isso, e correndo o risco de vir com um assunto que já é do passado, venho aqui escrever qualquer coisa acerca das eleições legislativas. Ora, acerca do longo bocejo que foi a campanha eleitoral das legislativas, consegui reter meia dúzia de ideias.
A primeira delas, foi o nosso primeiro-ministro no seu melhor: mais mentiroso do que nunca, voltou a prometer este mundo e o outro com a mesma cara sem vergonha de sempre, como se não tivesse lá estado estes anos e pouco mais tivesse feito do que aumentar impostos a quem trabalha, dar dinheiro a quem não quer trabalhar, proteger os criminosos e os imigrantes, destruir o serviço nacional de saúde, destruir o ensino público, fazer todos (excepto as clientelas dele) apertar o cinto, distribuir tachos, controlar a comunicação social e, no fim, deixar o défice e o desemprego pior do que os encontrou. Mas pronto, voltou a prometer, como diz o Jerónimo de Sousa, “como se quisesse pôr o conta-quilómetros a zero”. Atenção, esta falta de vergonha não foi nada surpreendente, foi Sócrates no seu normal!
No meio disto tudo, aparece a Manuela Ferreira Leite, com tanta matéria-prima para trabalhar e facturar, e perdeu a campanha toda em mexericos acerca das escutas, da asfixia democrática e ainda se embrenhou em contradições ridículas por causa do que se passa na Madeira, como se aquilo não fosse vergonhoso e as vitórias nas eleições não fossem, precisamente, devido à “asfixia democrática” e ao clientelismo e à obra feita à custa do dinheiro do continente e do endividamento, e essas sucessivas vitórias anulassem a maneira como são obtidas. Ou seja, tinha tanta coisa para falar, para atacar o primeiro-ministro (as que disse acima) e foi pelo caminho mais complicado e que menos interessa aos portugueses. O resultado final foi o que eu esperava.
Tivemos ainda um Francisco Louçã (que, como sabem, é uma personagem que eu detesto) em bom nível, a puxar casos vergonhosos para a campanha e a conseguir mostrar alguns dos podres desta nossa “democracia” e deste bloco central que nos tem desgovernado há mais de três décadas. Acho que esteve em bom nível, apesar de, no que toca às propostas, estou a anos luz dele e Deus me livre que fossem postas em prática, ou lá ia o desemprego para 50% e lá íamos ainda mais para o buraco em que o Sócrates nos meteu mais. O resultado foi decepcionante (não para mim, pois acho que devia ter ainda menos), comparado com o que se chegou a pensar devido às sondagens. Mas foi prejudicado no fim, por causa da velha e gasta história do voto útil a favor do PS.
Quanto à CDU, foi o costume: muita simpatia por parte do Jerónimo de Sousa, mas a mesma conversa gasta de sempre, talvez com o perder um pouco a vergonha de voltar a falar de nacionalizações, como se já todos tivéssemos esquecido ao que isso nos levou nos anos pós 25 de Abril. No meio de tudo, algumas bocas engraçadas ao Sócrates, mas nada de extraordinário, tal como os seus resultados, apesar do que apregoou.
O grande vencedor para mim foi, sem dúvida, Paulo Portas (que acabou por levar o meu voto, pois descobri, ao chegar à mesa de voto, que o PNR não tinha lista pelo distrito da Guarda!!). Apesar de tudo o que acho dele (desde o governo de que fez parte, até às histórias com Ribeiro e Castro ou Manuel Monteiro), não há dúvida nenhuma que foi um lutador, foi o homem que, dos 5 partidos do poder e que têm acesso à comunicação social, mais coisas acertadas disse e por isso teve um resultado extraordinário, com muita gente jovem das grandes urbes, surpreendentemente, a votar nele em vez das propostas da “ganza e do aborto” de Francisco Louçã. Parece-me um bom sinal de descontentamento da juventude contra as políticas de esquerda que têm vigorado em Portugal desde o dia do golpe militar de 1974. Parece-me que alguma juventude começou a abrir a pestana e a ver que a vida não são só charros e bandalheira e que as propostas da extrema esquerda, apesar de muito bonitas, são completamente utópicas e apenas levariam Portugal para a pobreza, como aliás o fizeram em todos os países onde estas se aplicaram.
A primeira delas, foi o nosso primeiro-ministro no seu melhor: mais mentiroso do que nunca, voltou a prometer este mundo e o outro com a mesma cara sem vergonha de sempre, como se não tivesse lá estado estes anos e pouco mais tivesse feito do que aumentar impostos a quem trabalha, dar dinheiro a quem não quer trabalhar, proteger os criminosos e os imigrantes, destruir o serviço nacional de saúde, destruir o ensino público, fazer todos (excepto as clientelas dele) apertar o cinto, distribuir tachos, controlar a comunicação social e, no fim, deixar o défice e o desemprego pior do que os encontrou. Mas pronto, voltou a prometer, como diz o Jerónimo de Sousa, “como se quisesse pôr o conta-quilómetros a zero”. Atenção, esta falta de vergonha não foi nada surpreendente, foi Sócrates no seu normal!
No meio disto tudo, aparece a Manuela Ferreira Leite, com tanta matéria-prima para trabalhar e facturar, e perdeu a campanha toda em mexericos acerca das escutas, da asfixia democrática e ainda se embrenhou em contradições ridículas por causa do que se passa na Madeira, como se aquilo não fosse vergonhoso e as vitórias nas eleições não fossem, precisamente, devido à “asfixia democrática” e ao clientelismo e à obra feita à custa do dinheiro do continente e do endividamento, e essas sucessivas vitórias anulassem a maneira como são obtidas. Ou seja, tinha tanta coisa para falar, para atacar o primeiro-ministro (as que disse acima) e foi pelo caminho mais complicado e que menos interessa aos portugueses. O resultado final foi o que eu esperava.
Tivemos ainda um Francisco Louçã (que, como sabem, é uma personagem que eu detesto) em bom nível, a puxar casos vergonhosos para a campanha e a conseguir mostrar alguns dos podres desta nossa “democracia” e deste bloco central que nos tem desgovernado há mais de três décadas. Acho que esteve em bom nível, apesar de, no que toca às propostas, estou a anos luz dele e Deus me livre que fossem postas em prática, ou lá ia o desemprego para 50% e lá íamos ainda mais para o buraco em que o Sócrates nos meteu mais. O resultado foi decepcionante (não para mim, pois acho que devia ter ainda menos), comparado com o que se chegou a pensar devido às sondagens. Mas foi prejudicado no fim, por causa da velha e gasta história do voto útil a favor do PS.
Quanto à CDU, foi o costume: muita simpatia por parte do Jerónimo de Sousa, mas a mesma conversa gasta de sempre, talvez com o perder um pouco a vergonha de voltar a falar de nacionalizações, como se já todos tivéssemos esquecido ao que isso nos levou nos anos pós 25 de Abril. No meio de tudo, algumas bocas engraçadas ao Sócrates, mas nada de extraordinário, tal como os seus resultados, apesar do que apregoou.
O grande vencedor para mim foi, sem dúvida, Paulo Portas (que acabou por levar o meu voto, pois descobri, ao chegar à mesa de voto, que o PNR não tinha lista pelo distrito da Guarda!!). Apesar de tudo o que acho dele (desde o governo de que fez parte, até às histórias com Ribeiro e Castro ou Manuel Monteiro), não há dúvida nenhuma que foi um lutador, foi o homem que, dos 5 partidos do poder e que têm acesso à comunicação social, mais coisas acertadas disse e por isso teve um resultado extraordinário, com muita gente jovem das grandes urbes, surpreendentemente, a votar nele em vez das propostas da “ganza e do aborto” de Francisco Louçã. Parece-me um bom sinal de descontentamento da juventude contra as políticas de esquerda que têm vigorado em Portugal desde o dia do golpe militar de 1974. Parece-me que alguma juventude começou a abrir a pestana e a ver que a vida não são só charros e bandalheira e que as propostas da extrema esquerda, apesar de muito bonitas, são completamente utópicas e apenas levariam Portugal para a pobreza, como aliás o fizeram em todos os países onde estas se aplicaram.
Como nota muito importante desta campanha, ficaram os "insultos" que todos fizeram uns aos outros, desde o CDS ao BE, da CDU ao PS, do PS ao PSD, do PSD ao PS, do BE ao CDS. Foi com algum espanto que assisti a que, de repente, todos se andassem a chamar "Salazar" uns aos outros - ou "salazarento" (que é uma palavra que podia também ser criada a partir de Mário Soares: "soarento", uma palavra que definiria o acto de vender Portugal aos comunistas estrangeiros e meter a mão no que é de todos). Por um lado achei graça que um homem que morreu quase há 40 anos e que deixou dinheiro para esta gente roubar e enriquecer e para tantos outros políticos ainda hoje viverem à conta do que ele cá deixou, fosse tão utilizada na campanha eleitoral, prova de que a consciência desta corja de ladrões começa a ficar pesada e tentam, portanto, achincalhar o nome de alguém sério, competente e honesto (os fracos e mesquinhos costumam usar este tipo de estratagema, o de, para não parecerem tão reles, tentarem rebaixar os que lhes são, indiscutivelmente, superiores), mas por outro lado, perante o abuso da utilização do nome do Prof. Oliveira Salazar, a revolta apossou-se de mim e o nojo por esta malta subiu a níveis que eu não julgara possível. Como é possível que esta corja que há 35 anos anda a roubar o povo, que anda a levar o país para o colapso enquanto eles enriquecem e engordam à custa do trabalho de todos, como é possível que esta vara ouse utilizar sob a forma de insulto o nome de um homem que, quer a nível intelectual, quer a nível de competência, quer a nível de honestidade, quer a nível de princípios, lhes é de tal forma superior que eles nem aos calcanhares lhe chegam? Corja de bandalhos inqualificável, haviam de lavar a boca com sabão antes de pronunciar o nome deste homem, para não o conspurcarem!
Apesar de tudo, fiquei triste por a verdadeira direita continuar a ter votações ao nível do residual, sinal de que, apesar de algum abrir de olhos, as pessoas continuam presas àqueles 5 partidos, as pessoas continuam a não ser donas do seu próprio voto e a votar naqueles partidos que a comunicação social diz que têm hipóteses. A comunicação social continua a calar a voz dos pequenos partidos, a não lhes dar voz nos noticiários e, muitas vezes, a denegrir partidos como o PNR, acusando-os de tudo e mais alguma coisa em vez de se limitarem a apresentar as suas ideias sem juízos de valor, como o fazem, por exemplo, enquanto ouvem tolices como as da Carmelinda Pereira do POUS, que queria proibir os despedimentos (já agora, porque não proibir o crime também?). São estes ataques, esta censura e, por vezes (sistematicamente) a difamação – além do facto de aquela malta do poder, por influência da comunicação social, fazer crer às pessoas que os nossos votos só são válidos quando são neles, pois eles é que têm hipótese, como se no dia da votação, antes das urnas abrirem, eles já tivessem dentro da urna os votos quase todos: eles já são donos dos nossos votos! – que fazem com que as pessoas, apesar de, na realidade, pensarem bem à direita, irem votar no centro, na esquerda e na extrema-esquerda.
Antes de terminar, uma palavra acerca de sondagens que, sistematicamente, erram a favor dos partidos mais à esquerda (CDU, BE e PS) e em desfavor dos partidos mais ao centro (PSD e, sobretudo, CDS). Não querendo acreditar que a coisa é feita com má fé, sugiro que as amostras comecem a ser mais bem escolhidas e mais representativas da realidade nacional
Quanto à história das escutas e à comunicação ao país do presidente da república, nem quero comentar, por causa das dores…
Apesar de tudo, fiquei triste por a verdadeira direita continuar a ter votações ao nível do residual, sinal de que, apesar de algum abrir de olhos, as pessoas continuam presas àqueles 5 partidos, as pessoas continuam a não ser donas do seu próprio voto e a votar naqueles partidos que a comunicação social diz que têm hipóteses. A comunicação social continua a calar a voz dos pequenos partidos, a não lhes dar voz nos noticiários e, muitas vezes, a denegrir partidos como o PNR, acusando-os de tudo e mais alguma coisa em vez de se limitarem a apresentar as suas ideias sem juízos de valor, como o fazem, por exemplo, enquanto ouvem tolices como as da Carmelinda Pereira do POUS, que queria proibir os despedimentos (já agora, porque não proibir o crime também?). São estes ataques, esta censura e, por vezes (sistematicamente) a difamação – além do facto de aquela malta do poder, por influência da comunicação social, fazer crer às pessoas que os nossos votos só são válidos quando são neles, pois eles é que têm hipótese, como se no dia da votação, antes das urnas abrirem, eles já tivessem dentro da urna os votos quase todos: eles já são donos dos nossos votos! – que fazem com que as pessoas, apesar de, na realidade, pensarem bem à direita, irem votar no centro, na esquerda e na extrema-esquerda.
Antes de terminar, uma palavra acerca de sondagens que, sistematicamente, erram a favor dos partidos mais à esquerda (CDU, BE e PS) e em desfavor dos partidos mais ao centro (PSD e, sobretudo, CDS). Não querendo acreditar que a coisa é feita com má fé, sugiro que as amostras comecem a ser mais bem escolhidas e mais representativas da realidade nacional
Quanto à história das escutas e à comunicação ao país do presidente da república, nem quero comentar, por causa das dores…
3 comentários:
Se algum dia votar no CDS, ou das duas uma: enlouqueci de vez; ou tu és o candidato deles!
:)
Já não é mau: pelo menos votavas em mim! Em todo o caso, seria difícil eu concorrer pelo CDS. Seria necessário que o partido virasse um pouco à direita e que se deixasse de ser liberal puro e a querer privatizar tudo!
Magnífico artigo concordo inteiramente com ele. Os meus parabéns pela lucidez e actualidade do mesmo!
Só uma nota, eu tive o prazer de votar no PNR, porque acima de tudo acho que é preciso violentar este sistema corrupto e podre que nos governa desde a abrilada.
Mais uma vez parabéns!
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