Como já algumas vezes aqui escrevi, o que se está a fazer neste país em relação à educação é um crime. E diria que é um dos maiores crimes que o governo está a cometer contra o futuro de Portugal e contra a actual juventude. O governo está a condenar os nossos jovens à ignorância e, consequentemente, à pobreza.
A teoria da escola inclusiva, em que não se faz a distinção entre os bons e os maus alunos, em que todos vão passando sem saber nada, em que se obriga quem não quer estudar a frequentar e desestabilizar as aulas (impedindo quem quer aprender de o fazer, sem que os professores possam fazer nada contra isso), em que se retira autoridade aos professores e se obriga estes a perderem mais tempo com burocracias inúteis do que a dar e a preparar aulas, vai levar, acima de tudo, à escola exclusiva. E digo isto porque se está a deteriorar a qualidade do ensino público, a conceder graus à ignorância e à incompetência, enfim, está-se a condenar as gerações futuras. E porque se está a fazer com que os filhos dos pais ricos, vendo para onde isto está a ir, ponham os filhos em escolas privadas de qualidade, onde o ensino é rigoroso, onde há disciplina e onde se aprende alguma coisa, e a fazer com que os filhos dos pobres ou dos remediados (que são cada vez mais), que não têm dinheiro para isso, fiquem em escolas onde a bandalheira e a má qualidade do ensino (sem que esta seja culpa dos professores) é cada vez maior e a condenar estes à pobreza no futuro. Está-se, no fundo, e contra o que pretendem (ou dizem que pretendem) a ministra da educação e os seus secretários de Estado (que duvido que tenham os filhos na escola pública), a provocar a exclusão, a exclusão de conhecimentos e de mobilidade social.
Porque no meu tempo, a escola pública ainda tinha alguma qualidade, toda a gente estudava até onde queria ou podia e, filhos de ricos ou de pobres, tinham as mesmas oportunidades de aprender. É isto que se está hoje a negar à maior parte dos nossos jovens, que não têm dinheiro para escolas privadas: a oportunidade de aprender. E porque esta concessão de graus sem os respectivos conhecimentos vai levar a que, no futuro, os melhores empregos sejam dados aos filhos dos que tinham dinheiro para os pôr a estudar num colégio decente e onde aprenderam alguma coisa. Porque o facilitismo leva à ignorância e ninguém quer ter um ignorante a trabalhar na sua empresa, a menos que seja como trabalhador não qualificado e com baixo salário. E trabalhadores não qualificados e ignorantes é o que o ensino público está a criar neste momento. Não deixa de ser curioso que seja um governo dito socialista que está a condenar os filhos dos pobres à pobreza e a dar uma mãozinha a que surjam escolas privadas de qualidade para os filhos dos ricos! Não deixa de ser curioso que seja um governo dito socialista que está a transformar aquilo que eram antes a meia dúzia de colégios privados que existiam para os filhos dos ricos, quando não tinham capacidade para concluir o liceu, irem conseguir fazê-lo (e com boas notas), num negócio muito mais chorudo onde hoje terão que ir os filhos dos ricos que tenham capacidade de aprender e não queiram ficar pela mediocridade de conhecimentos que hoje, e cada vez mais, são administrados nas escolas públicas.
E a verdade está aí: os professores universitários queixam-se que cada vez os jovens chegam mais mal preparados às universidades e sem saber escrever ou pensar. E isto só pode levar a uma de duas coisas: ou eles chumbam a eito, ou os professores se conformam e aceitam também o facilitismo. E facilitar leva a não ter os conhecimentos desejados. E não ter os conhecimentos desejados leva à maior dificuldade em arranjar emprego qualificado, pois as empresas (pelo menos as que aspirem a sobreviver neste mundo globalizado) não querem burros incompetentes a trabalhar para elas. Daí que eu preveja que, num futuro próximo, comecem a aparecer universidades privadas de qualidade onde os filhos dos ricos, que já fizeram no privado o ensino básico e secundário, façam também os cursos superiores. Ou seja, tal como no secundário, também as universidades privadas deixarão de ser para onde vão os filhos dos ricos que não tenham capacidade de tirar um curso, e passarão a ser para onde vão os filhos dos ricos que queiram tirar um curso em condições e que tenha boas saídas profissionais, para lugares qualificados, bem pagos, e onde não se aceite um qualquer ignorante semi analfabeto e portador de um papel que diz que é licenciado.
Outra maneira de arranjar qualificações em Portugal, é alistar-se de pequenino numa juventude partidária, colar cartazes até à idade adulta e já estão obtidas qualificações para trabalhar para o Estado, num qualquer gabinete de secretário de Estado, de deputado, de vereador (isto para quem tem mais qualificações) ou num qualquer outro emprego menos bem remunerado. Mérito? Sabedoria? Para quê? Isto ainda vai dando para a mediocridade florescer e expandir-se. Ainda há quem trabalhe para sustentar mais uns quantos “jobs” para os “boys”, que obtiveram as mais altas qualificações através do bajular os mais antigos nas juventudes partidárias.
Isto é um crime que se está a passar em Portugal e estes senhores que fazem isto deviam ser julgados, condenados e punidos pela destruição do futuro próximo de Portugal, pela condenação à pobreza e emigração das gerações futuras. Porque voltaremos a ser exportadores de pedreiros (com licenciatura) ou lavadores de retretes dos países mais ricos (isto se eles ainda necessitarem de nós, como aconteceu nas décadas de reconstrução da Europa, a seguir à II guerra mundial – agora não sei se precisam).
E enquanto isso não acontece, as minhas dores de morte não têm qualquer alívio. Nem com comprimidos.
A teoria da escola inclusiva, em que não se faz a distinção entre os bons e os maus alunos, em que todos vão passando sem saber nada, em que se obriga quem não quer estudar a frequentar e desestabilizar as aulas (impedindo quem quer aprender de o fazer, sem que os professores possam fazer nada contra isso), em que se retira autoridade aos professores e se obriga estes a perderem mais tempo com burocracias inúteis do que a dar e a preparar aulas, vai levar, acima de tudo, à escola exclusiva. E digo isto porque se está a deteriorar a qualidade do ensino público, a conceder graus à ignorância e à incompetência, enfim, está-se a condenar as gerações futuras. E porque se está a fazer com que os filhos dos pais ricos, vendo para onde isto está a ir, ponham os filhos em escolas privadas de qualidade, onde o ensino é rigoroso, onde há disciplina e onde se aprende alguma coisa, e a fazer com que os filhos dos pobres ou dos remediados (que são cada vez mais), que não têm dinheiro para isso, fiquem em escolas onde a bandalheira e a má qualidade do ensino (sem que esta seja culpa dos professores) é cada vez maior e a condenar estes à pobreza no futuro. Está-se, no fundo, e contra o que pretendem (ou dizem que pretendem) a ministra da educação e os seus secretários de Estado (que duvido que tenham os filhos na escola pública), a provocar a exclusão, a exclusão de conhecimentos e de mobilidade social.
Porque no meu tempo, a escola pública ainda tinha alguma qualidade, toda a gente estudava até onde queria ou podia e, filhos de ricos ou de pobres, tinham as mesmas oportunidades de aprender. É isto que se está hoje a negar à maior parte dos nossos jovens, que não têm dinheiro para escolas privadas: a oportunidade de aprender. E porque esta concessão de graus sem os respectivos conhecimentos vai levar a que, no futuro, os melhores empregos sejam dados aos filhos dos que tinham dinheiro para os pôr a estudar num colégio decente e onde aprenderam alguma coisa. Porque o facilitismo leva à ignorância e ninguém quer ter um ignorante a trabalhar na sua empresa, a menos que seja como trabalhador não qualificado e com baixo salário. E trabalhadores não qualificados e ignorantes é o que o ensino público está a criar neste momento. Não deixa de ser curioso que seja um governo dito socialista que está a condenar os filhos dos pobres à pobreza e a dar uma mãozinha a que surjam escolas privadas de qualidade para os filhos dos ricos! Não deixa de ser curioso que seja um governo dito socialista que está a transformar aquilo que eram antes a meia dúzia de colégios privados que existiam para os filhos dos ricos, quando não tinham capacidade para concluir o liceu, irem conseguir fazê-lo (e com boas notas), num negócio muito mais chorudo onde hoje terão que ir os filhos dos ricos que tenham capacidade de aprender e não queiram ficar pela mediocridade de conhecimentos que hoje, e cada vez mais, são administrados nas escolas públicas.
E a verdade está aí: os professores universitários queixam-se que cada vez os jovens chegam mais mal preparados às universidades e sem saber escrever ou pensar. E isto só pode levar a uma de duas coisas: ou eles chumbam a eito, ou os professores se conformam e aceitam também o facilitismo. E facilitar leva a não ter os conhecimentos desejados. E não ter os conhecimentos desejados leva à maior dificuldade em arranjar emprego qualificado, pois as empresas (pelo menos as que aspirem a sobreviver neste mundo globalizado) não querem burros incompetentes a trabalhar para elas. Daí que eu preveja que, num futuro próximo, comecem a aparecer universidades privadas de qualidade onde os filhos dos ricos, que já fizeram no privado o ensino básico e secundário, façam também os cursos superiores. Ou seja, tal como no secundário, também as universidades privadas deixarão de ser para onde vão os filhos dos ricos que não tenham capacidade de tirar um curso, e passarão a ser para onde vão os filhos dos ricos que queiram tirar um curso em condições e que tenha boas saídas profissionais, para lugares qualificados, bem pagos, e onde não se aceite um qualquer ignorante semi analfabeto e portador de um papel que diz que é licenciado.
Outra maneira de arranjar qualificações em Portugal, é alistar-se de pequenino numa juventude partidária, colar cartazes até à idade adulta e já estão obtidas qualificações para trabalhar para o Estado, num qualquer gabinete de secretário de Estado, de deputado, de vereador (isto para quem tem mais qualificações) ou num qualquer outro emprego menos bem remunerado. Mérito? Sabedoria? Para quê? Isto ainda vai dando para a mediocridade florescer e expandir-se. Ainda há quem trabalhe para sustentar mais uns quantos “jobs” para os “boys”, que obtiveram as mais altas qualificações através do bajular os mais antigos nas juventudes partidárias.
Isto é um crime que se está a passar em Portugal e estes senhores que fazem isto deviam ser julgados, condenados e punidos pela destruição do futuro próximo de Portugal, pela condenação à pobreza e emigração das gerações futuras. Porque voltaremos a ser exportadores de pedreiros (com licenciatura) ou lavadores de retretes dos países mais ricos (isto se eles ainda necessitarem de nós, como aconteceu nas décadas de reconstrução da Europa, a seguir à II guerra mundial – agora não sei se precisam).
E enquanto isso não acontece, as minhas dores de morte não têm qualquer alívio. Nem com comprimidos.
3 comentários:
Universidades privadas com qualidade não existiam antes: então a Católica era para pedreiros?
Com que então queres enviar os pedreiros e os senhores da limpeza para a emigração, mas esses ainda vão encontrando emprego em Portugal. Agora são aqueles que até são diplomados que têm de encontrar amanhãs que cantam noutros lados. Alias, pelos vistos, nem estão assim tão mal formados, ja que os paises ditos mais desenvolvidos do que o nosso não têm dificuldade em os receber. Acho que esses países tb n são assim tão parvos para aceitarem burros..
Mas é verdade que interessa que o negocio da privada prospere, senão como explicas que o nosso curso ira passar para 3 anos e, ao mesmo tempo, as ofertas de mestrado e de escolas de gestão são maiores. Por exemplo, a escola de gestão do Porto, cuja pos-graduação custa mais de 5000euros, foi fundada por um ex-ministro (Daniel Bessa).
Ja dizia o despacho do correspondente da agência noticiosa russa, ITAR-TASS, em Lisboa: "nas ultimas eleições, ganhou o partido de centro-direita!"
Quanto à retorica contra as J, não passa de chavões que nem sempre são verdade. Tirando o Passos Coelho, não vi Ferreiras Leite, Antonio Borges, Paula Teixeira da Cruz, Cavacos, Paulo Rangel,... na JSD; ou então, o Teixeira dos Santos, Augusto Santos Silva,.. na JS. Diria mais, com a abertura dos partidos aos "independentes", a vida dos carreiristas esta cada vez mais ameaçada.
Calma! Calma!
Em primeiro lugar, em relação à Universidade Católica, o que dizes é verdade, mas isso, que eu tenha conhecimento, aplica-se apenas à Católica de Lisboa (e talvez do Porto) e era caso único. O resto, não vale nada.
Segundo, o caso dos portugueses que vão lá para fora e que países mais desenvolvidos que o nosso os aceitam, isso verifica-se agora. Quando esta malta actual chegar lá, duvido muito (salvo gente mesmo boa e que será sempre boa, mesmo com um mau ensino). De resto, o pessoal dessas privadecas ou politecnicozecos, ninguém os quer aí fora (só cá, para primeiro ministro).
Por fim, a malta das "jotas". Estão vários carreiristas na AR e isso é indubitável. Que eu conheça, há o Hélder Amaral e o Mota Soares do CDS; António José Seguro e Sérgio Sousa Pinto do PS; da JSD também há vários e até do PCP. Eu não os conheço todos, mas estou aqui, num instante, a ver uma dúzia deles na AR. De qualquer maneira, não falo só da AR ou do governo. Essa malta (e tu sabes bem, não o queiras negar) arranjam empregos por essas autarquias fora, desde vereadores a técnicos superiores a acessores, a secretários e até aos responsáveis pelas piscinas (conforme as habilitações). Além disso, entram na função pública com cunhas e nas empresas públicas ou semi públicas. Essa é a verdade, o pessoal das "jotas" toma conta de tudo, pois o cartão do partido é, actualmente, o seu certificado de habilitações!
A destruição da nossa Educação que se deu a seguir à «abrilada» e que infelizmente prossegue até aos nossos dias, é dos maiores cancros de Portugal e um dos maiores crimes em relação ao nosso futuro.
Mais uma vez os meus parabéns pelo excelente artigo de opinião.
Enviar um comentário