sexta-feira, 16 de julho de 2010

O caso /PT/Telefónica/Vivo.

Há já algum tempo que não escrevo nada. Como sou uma pessoa que escreve por gosto e não por dinheiro ou notoriedade, escrevo quando me apetece. E não me tem apetecido, nem para este, nem para o outro blogue. Não quer isto dizer que não tem havido assuntos para escrever, pois tal não é verdade. Aliás, nos últimos meses o que não tem faltado são assuntos para escrever, desde a vergonhosa tentativa de censura ao jornal SOL por parte de um então desconhecido “boy” do PS – João Pedro Soares -, até à imensa trama para silenciar a TVI (aliás, conseguida), passando pelos PECs, pelos aumentos de impostos, pela verificação de que as consequências da boa vida do Zé que escrevi na parábola “O Zé” se estão a iniciar, pelas portagens nas SCUT, pela falta de enfermeiros e médicos para as ambulâncias do INEM trabalharem (lembro que maternidades e centros de saúde foram encerrados e substituídas por ambulâncias que, afinal, agora não têm condições de funcionar, tendo já levado à morte de, pelo menos, uma pessoa), por mais casos de violência em bairros habitados predominantemente por imigrantes e filhos destes, por aumentos brutais de impostos (por via de aumento directo e por via da diminuição de deduções à colecta), etc. No entanto, talvez influenciado pela moda vigente no país, em que se discute muito o que pouco interessa e pouco o que é realmente importante, vou-me dedicar a uma caso menor (ou não) hoje, o caso PT/Telefónica/VIVO.
Antes de mais, perguntar-me o que aconteceria se o caso fosse ao contrário, como reagiriam as autoridades espanholas, agora tão preocupadas com a livre circulação de capitais na Europa…
Seguidamente, perguntar se a venda de uma empresa no Brasil, controlada em parte pela PT, – a VIVO – é uma situação estratégica para Portugal… Até pode ser estratégica para a PT, admito, mas não me parece que o seja para Portugal para o Estado usar a “Golden Share” de forma a evitar o negócio. Porque, mesmo que seja estratégico para a PT, o Estado não pode usar a “Golden Share” contra a maioria dos accionistas, pois esses é que têm que saber o que querem para a empresa. Se o Estado queria mandar na PT não a devia ter privatizado; se a privatizou, já não manda nela, manda quem a comprou; se fez uma “Golden Share”, é para a utilizar em questões estratégicas para Portugal, não para a empresa.
Por fim, ainda relacionado com isto, ouvi que, a propósito das próximas privatizações, o Estado não vai ficar com “Golden Shares” nas privatizações da ANA, GALP, REN, EDP, CTT… Ora, o que é que tudo isto me parece? Parece-me que nesta história toda da PT/Telefónica, o governo o que fez foi, mais uma vez, tentar desviar as atenções do povo do facto de continuar a rapar o seu dinheiro até à última. Enquanto o povo discute a prestação da selecção na África do Sul, se o Carlos Queiroz deve ou não continuar à frente da selecção, se a puta (desculpem, mas tenho que dizer isto com todas as letras e sem rodeios) que pariu o filho do Cristiano Ronaldo é americana ou não, se é barriga de aluguer ou não e enquanto acompanham a vida sexual (jamais diria amorosa) do Cristiano Ronaldo com uma russa, nos EUA, enquanto o filho recém nascido fica com a avó e as tias, enquanto enchemos o peito de patriotismo contra os malandros espanhóis que nos querem comprar a VIVO (como se a PT, pelo facto de lá ter escrito “Portugal”, fosse uma empresa portuguesa, como se o capital tivesse, nos tempos que correm, nacionalidade), enquanto vamos andando preocupados com isto e com as contratações dos “três grandes”, os gajos (PS e PSD) vão falando, na maior descontracção e perante a passividade popular, quanto mais é que nos vão tirar, se tiram mais ou menos nas SCUT, se nos tiram ou não o subsídio de Natal, se nos baixam ou não o salário, se nos aumentam mais ou menos o IRS, o IVA, se nos aumentam a retenção de IRS na fonte, se nos tiram mais deduções à colecta de IRS… E o povo preocupado com estas histórias de futebol, de cachopos malcriados, ou de negócios entre empresas PRIVADAS!! E logo esta actuação do governo cai mal lá fora, cai mal nos mercados. Para acalmar isso, o governo anuncia que não fará “Golden Shares” em empresas como as que referi atrás. Ou seja, para este governo, a venda de uma participação no Brasil de uma empresa de telecomunicações é de interesse estratégico nacional, mas a rede eléctrica nacional ficar nas mãos de privados não o é (com todas as consequências que isso pode acarretar, desde a exploração até à exaustão da rede – veja-se o que aconteceu nos EUA aqui há uns anos, em que houve apagões em algumas importantes cidades americanas com consequentes prejuízos de milhões e milhões de dólares, devido à exploração privada das redes até à exaustão, sem aumento da capacidade, só com vista o lucro fácil e imediato, gerador de prémios para os gestores – até à possibilidade de fechar ou pura e simplesmente não criar novas redes eléctricas necessárias para o país mas não rentáveis para uma empresa privada, ou a subida de preços pela utilização da rede, monopólio natural, com o consequente aumento da factura energética para a população ou para as empresas, diminuindo a sua competitividade); a venda de uma participação no Brasil de uma empresa de telecomunicações é de interesse estratégico nacional, mas a energia e combustíveis (EDP e Galp) em Portugal ficarem nas mãos de privados, com a possibilidade de aumentar os preços da energia e combustíveis aos cidadãos e às empresas não o é; a venda de uma participação no Brasil de uma empresa de telecomunicações é de interesse estratégico nacional, mas a gestão aeroportuária portuguesa, com possibilidade de aumento de taxas de aeroportos ou o desvio de tráfego para aeroportos espanhóis, com o impacto que isso pode ter numa importante fonte de riqueza nacional – o turismo -, não ó é; a venda de uma participação no Brasil de uma empresa de telecomunicações é de interesse estratégico nacional, mas a passagem dos CTT para as mãos de privados, com a possibilidade de não entregarem correspondência ou encarecerem-ma em excesso em zonas do país não rentáveis (nomeadamente em certas zonas do interior, já de si tão prejudicado em relação ao litoral), ou fecho de estações de correios não rentáveis mas que são tão importantes em determinadas zonas do país (mais uma vez o interior, onde muita gente idosa está dependente das estações para coisas como receber a reforma ou aplicar as suas poupanças) não o é!
Ah, claro, o Estado não faz “Golden Shares” mas depois cria “entidades reguladoras” que não regulam nada, que nunca vêem nada, que não fazem nada, mas com chefes (do partido) a ganhar milhares de euros por mês, fora as mordomias (carros, motoristas, cartões de crédito, etc.); no fim, se necessário for, ainda paga indemnizações compensatórias (pagas por todos nós na mesma, não pondo aí em prática o princípio do utilizador pagador, tão na moda actualmente) às empresas para não as deixar subir os preços o que lhes apetece. E o povo paga mais uma vez. Tal como nas SCUT: alguém ouviu falar de qual seria o imposto que ia baixar pelo facto de os utilizadores começarem a pagar pela utilização das SCUT? É que eu ouço falar que não é justo todos pagarem o que apenas uns utilizam, mas se quem utiliza vai começar a pagar, para onde vai o dinheiro que todos continuam a pagar? Os impostos deviam baixar no mesmo montante, ou seja, utilizar também o princípio do “não utilizador não pagador”. Se antes eu pagava para que aquela SCUT fosse utilizada gratuitamente, agora que quem lá anda já paga, eu tenho o direito de deixar de pagar… Não, eu continuo a pagar o que pagava e os outros vão pagar mais ainda! E para quando o princípio do utilizador pagador (e, claro, o “não utilizador não pagador”) para as empresas de transportes urbanos das grandes cidades do litoral? É que o povo do interior não anda na Carris, nos STCP, nos metros de Lisboa e Porto (empresas com prejuízos de milhões por ano) ou nas empresas de transportes suburbanos das grandes cidades com preços artificialmente baixos e subsidiados pelo Estado, para andar a sustentar os transportes do litoral… E, já agora, também deve haver desconto nos impostos pelo dinheiro que se gasta nas escolas, a quem não tenha filhos… Força aí com os princípios (os dois, não esquecer) pois senão o que se passa é que não se pode crer que o argumento utilizado seja honesto se apenas se tratar de cobrar mais, o que me cheira sempre a saque do povo e que me dá dores de morte inimagináveis.

terça-feira, 23 de março de 2010

Traição.

Recebi este texto, atribuído a António Barreto (figura insuspeita, ministro de um governo de Mário Soares) e não resisti a publicá-la, pois ela espelha bem a descolonização vergonhosa que Portugal fez e o Estado a que este país chegou, com a escumalha intocável, a viver à grande (muitos deles deveriam ter sido julgados e condenados por crimes de traição e contra a humanidade) e o povo cada vez mais oprimido, amordaçado, roubado, explorado... Cá vai então o texto, datado de 13-04-2008 e com o título "Angola é nossa!".

'Holocausto em Angola' não é um livro de história. É um testemunho. O seu autor viu tudo, soube de tudo.
Só hoje me chegou às mãos um livro editado em 2007, Holocausto em Angola, da autoria de Américo Cardoso Botelho (Edições Vega). O subtítulo diz: 'Memórias de entre o cárcere e o cemitério'. O livro é surpreendente. Chocante. Para mim, foi. E creio que o será para toda a gente, mesmo os que 'já sabiam'. Só o não será para os que sempre souberam tudo. O autor foi funcionário da Diamang, tendo chegado a Angola a 9 de Novembro de 1975, dois dias antes da proclamação da independência pelo MPLA. Passou três anos na cadeia, entre 1977 e 1980. Nunca foi julgado ou condenado. Aproveitou o papel dos maços de tabaco para tomar notas e escrever as memórias, que agora edita. Não é um livro de história, nem de análise política. É um testemunho. Ele viu tudo, soube de tudo. O que ali se lê é repugnante. Os assassínios, as prisões e a tortura que se praticaram até à independência, com a conivência, a cumplicidade, a ajuda e o incitamento das autoridades portuguesas. E os massacres, as torturas, as exacções e os assassinatos que se cometeram após a independência e que antecederam a guerra civil que viria a durar mais de vinte anos, fazendo centenas de milhares de mortos. O livro, de extensas 600 páginas, não pode ser resumido. Mas sobre ele algo se pode dizer.
O horror em Angola começou ainda durante a presença portuguesa. Em 1975, meses antes da independência, já se faziam 'julgamentos populares', perante a passividade das autoridades. Num caso relatado pelo autor, eram milhares os espectadores reunidos num estádio de futebol. Sete pessoas foram acusadas de crimes e traições, sumariamente julgadas, condenadas e executadas a tiro diante de toda a gente. As forças militares portuguesas e os serviços de ordem e segurança estavam ausentes. Ou presentes como espectadores.
A impotência ou a passividade cúmplice são uma coisa. A acção deliberada, outra. O que fizeram as autoridades portuguesas durante a transição foi crime de traição e crime contra a humanidade. O livro revela os actos do Alto-Comissário Almirante Rosa Coutinho, o modo como serviu o MPLA, tudo fez para derrotar os outros movimentos e se aliou explicitamente ao PCP, à União Soviética e a Cuba. Terá sido mesmo um dos autores dos planos de intervenção, em Angola, de dezenas de milhares de militares cubanos e de quantidades imensas de armamento soviético. O livro publica, em fac simile, uma carta do Alto-Comissário (em papel timbrado do antigo gabinete do Governador-geral) dirigida, em Dezembro de 1974, ao então Presidente do MPLA, Agostinho Neto, futuro presidente da República. Diz ele: 'Após a última reunião secreta que tivemos com os camaradas do PCP, resolvemos aconselhar-vos a dar execução imediata à segunda fase do plano. Não dizia Fanon que o complexo de inferioridade só se vence matando o colonizador? Camarada Agostinho Neto, dá, por isso, instruções secretas aos militantes do MPLA para aterrorizarem por todos os meios os brancos, matando, pilhando e incendiando, a fim de provocar a sua debandada de Angola. Sede cruéis sobretudo com as crianças, as mulheres e os velhos para desanimar os mais corajosos. Tão arreigados estão à terra esses cães exploradores brancos que só o terror os fará fugir. A FNLA e a UNITA deixarão assim de contar com o apoio dos brancos, de seus capitais e da sua experiência militar. Desenraízem-nos de tal maneira que com a queda dos brancos se arruíne toda a estrutura capitalista e se possa instaurar a nova sociedade socialista ou pelo menos se dificulte a reconstrução daquela'.
Estes gestos das autoridades portuguesas deixaram semente. Anos depois, aquando dos golpes e contragolpes de 27 de Maio de 1977 (em que foram assassinados e executados sem julgamento milhares de pessoas, entre os quais os mais conhecidos Nito Alves e a portuguesa e comunista Sita Valles), alguns portugueses encontravam-se ameaçados. Um deles era Manuel Ennes Ferreira, economista e professor. Tendo-lhe sido assegurada, pelas autoridades portuguesas, a protecção de que tanto necessitava, dirigiu-se à Embaixada de Portugal em Luanda. Aqui, foi informado de que o vice-cônsul tinha acabado de falar com o Ministro dos Negócios Estrangeiros. Estaria assim garantido um contacto com o Presidente da República. Tudo parecia em ordem. Pouco depois, foi conduzido de carro à Presidência da República, de onde transitou directamente para a cadeia, na qual foi interrogado e torturado vezes sem fim. Américo Botelho conheceu-o na prisão e viu o estado em que se encontrava cada vez que era interrogado.
Muitos dos responsáveis pelos interrogatórios, pela tortura e pelos massacres angolanos foram, por sua vez, torturados e assassinados. Muitos outros estão hoje vivos e ocupam cargos importantes. Os seus nomes aparecem frequentemente citados, tanto lá como cá. Eles são políticos democráticos aceites pela comunidade internacional. Gestores de grandes empresas com investimentos crescentes em Portugal. Escritores e intelectuais que se passeiam no Chiado e recebem prémios de consagração pelos seus contributos para a cultura lusófona. Este livro é, em certo sentido, desmoralizador. Confirma o que se sabia: que a esquerda perdoa o terror, desde que cometido em seu nome. Que a esquerda é capaz de tudo, da tortura e do assassinato, desde que ao serviço do seu poder. Que a direita perdoa tudo, desde que ganhe alguma coisa com isso. Que a direita esquece tudo, desde que os negócios floresçam. A esquerda e a direita portuguesas têm, em Angola, o seu retrato. Os portugueses, banqueiros e comerciantes, ministros e gestores, comunistas e democratas, correm hoje a Angola, onde aliás se cruzam com a melhor sociedade americana, chinesa ou francesa.
Para os portugueses, para a esquerda e para a direita, Angola sempre foi especial. Para os que dela aproveitaram e para os que lá julgavam ser possível a sociedade sem classes e os amanhãs que cantam.
Para os que lá estiveram, para os que esperavam lá ir, para os que querem lá fazer negócios e para os que imaginam que lá seja possível salvar a alma e a humanidade. Hoje, afirmado o poder em Angola e garantida a extracção de petróleo e o comércio de tudo, dos diamantes às obras públicas, todos, esquerdas e direitas, militantes e exploradores, retomaram os seus amores por Angola e preparam-se para abrir novas vias e grandes futuros. Angola é nossa! E nós? Somos de quem?

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Quotas - Mais um incentivar a mediocridade.

Ouvi falar de raspão que o governo se prepara para aprovar mais uma aberração, na sequência de outras aberrações do mesmo género anteriormente aprovadas. Para falar a verdade, nem dei muita importância ao caso, pois já estou habituado a que a estupidez impere em quem nos governe e que sejam aprovadas leis completamente imbecis e imbecilizantes, usando para isso argumentos que só pegam em quem não tenha dois dedos de testa. Mais uma vez se fala de fim de discriminação, desta feita contra as mulheres. Como disse, nem liguei muito aos pormenores, pois para bem da minha sanidade mental, há coisas para as quais é melhor não dedicar muito tempo a ouvir, de tal forma são disparatadas, mas o que me ficou foi que o governo vai impor quotas para mulheres nem sei se só para a função pública, se também no privado, em cargos dirigentes. Recebi a bênção (ou não) de ter nascido homem, mas, se fosse mulher, confesso que me sentiria humilhado por uma lei destas, que considera as mulheres de tal forma incompetentes e burras que acha que para poder chegar a cargos dirigentes tem que ser através de quotas. Aliás, nem nunca ficaria bem com a minha consciência se soubesse que apenas tinha chegado onde cheguei, não pelo que valho, mas para preencher uma quota, mas acredito que muita gente acéfala não pense, como eu, assim.
Vamos então analisar um pouco deste disparate.
Claro que para a função pública a coisa até pode ter alguma aplicabilidade, uma vez que hoje em dia os cargos dirigentes não são ocupados pelo mérito mas sim pela família a que se pertence (seja filho de ministro, ou de presidente da câmara, seja da família partidária), tanto faz lá meter um incompetente do sexo masculino como uma incompetente do sexo feminino: são os dois incompetentes. Claro que eu compreendo que se meto os meus filhos ou os meus primos a dirigir uma coisa pública sem nada perceberem daquilo, também lá posso meter a minha filha ou a minha prima. Assim, de hoje em diante, e porque parece que a quota é de 33%, por cada 2 primos que meto na câmara municipal, também lá tenho que meter uma prima; por cada dois mandaretes do partido que lá meto, também tenho que lá meter uma “mandareta”… Fica tudo na mesma, as pessoas, ao contrário do que se passava antes do 25 de Abril, já não eram escolhidas pela competência, pelas provas que deram ao longo da carreira profissional naquela área, naquela empresa pública ou naquele ministério, por isso…
Agora no privado, caso esta lei se venha a aplicar, é que a porca torce o rabo… Então eu, que sou dono de uma empresa, não posso escolher livremente os meus colaboradores… Então eu quero meter 3 dirigentes numa empresa, aparecem-me 10 candidatos, eu acho que há lá 3 – que, por acaso, são homens – que eu acho que são bons e aparece-me lá uma mulher que não vale nada e eu vou ter que preterir uma pessoa que considero extremamente válida para meter lá uma pessoa que eu acho que não presta, só porque ela é mulher e eu tenho uma quota para preencher? Então e se eu quiser 4 dirigentes, como vou eu preencher a quota das mulheres? Isto faz-me lembrar a história imbecil para enganar tolos da sardinha para três no tempo de Salazar: o que fazer quando a família era composta por quatro pessoas? Comprava-se uma sardinha e um terço de outra? Então e as quotas também são válidas para os homens? Ou seja, se eu quiser meter 3 mulheres nos 3 cargos dirigentes não posso? Também tenho que meter um homem? Ou aí já não há problema? E se não se candidatar a esse cargo nenhuma mulher? E um homossexual, conta como mulher ou como homem?
Enfim, a estupidez parece-me tanta que nem sei mais o que dizer acerca disto. Apenas me ocorre que esta coisa das quotas serve para se fazer medidas populistas e para, mais uma vez, se andar a favorecer quem não tem mérito. E é sempre contra o homem. Sim, porque nunca se mete quotas para o sexo masculino. Vejamos: há quotas para as mulheres nas obras ou nas minas? Não! Nem as mulheres se queixam. E nas perfumarias, há quotas para os homens? É que eu nunca fui atendido por um homem numa perfumaria (nem quero!), mas não vejo mulheres queixarem-se disso! Na tropa ou na polícia, as provas físicas são iguais para os homens ou para as mulheres? Não, mas não vejo nenhuma mulher queixar-se disso. É que os ladrões ou o inimigo tanto matam ou batem num como noutro e fogem à mesma velocidade de um homem ou de uma mulher. O que acaba por acontecer é que numa situação de risco vai sempre o homem. Mas o vencimento ao fim do mês é igual! E não vejo as mulheres queixarem-se que, nesta situação em que há trabalho diferente, haja salário igual! Só vejo as leis irem no sentido de beneficiarem a mulher face ao homem, não vejo as leis irem no sentido da verdadeira igualdade, como é apregoado.
Podem dizer que sou machista, não me rala. Aliás, até é um elogio que me fazem, pois eu lido bem e até gosto dos rótulos preconceituosos que os que não têm argumentos válidos usam para qualificar quem diz as verdades e contra os quais não têm argumentos: machista, racista, xenófobo, homófobo, fascista, etc.. Enfim, coisa de gente preconceituosa e ignorante.
Já agora, cá ficamos à espera de quotas para pretos, maricas, estrangeiros, asiáticos, muçulmanos, testemunhas de Jeová, gordos, carecas, etc..
É de bradar aos céus! São coisas destas que, de tantas dores de morte que me causam, nem me deixam dormir!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Casamento de homossexuais - uma regressão civilizacional.


A esquerda em Portugal aprovou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não quero estar aqui a fazer insinuações acerca de quem aprovou esta lei o ter feito para poder usufruir dela, como tantas vezes tenho ouvido, até porque me estou marimbando para o que essa gente faz da sua vida sexual, estou-me marimbando para aquilo que certos indivíduos fazem com partes do corpo que foram “inventadas” para outro uso, estou-me, aliás, marimbando para que me queiram impingir que pessoas que não são normais sejam normais, mas não posso concordar que o Estado assuma como normal aberrações, as queira igualar a coisas normais e que, democraticamente, ignore uma petição de mais de 90.000 pessoas, alegando que estava legitimado pelo voto popular. Aliás, esta última desculpa para ignorar a vontade do povo, para ignorar a acção e a participação da sociedade civil, é de uma arrogância a toda a prova. Até porque vem, no fundo, dizer que as pessoas que votaram PS concordam todas com todos os pontos do programa do PS, sem excepção; e porque são completamente contraditórias com toda a acção destes últimos anos do PS, que foi eleito em 2005 com um programa que nunca cumpriu. Ou seja, para algumas coisas tem legitimidade para não cumprir o que promete, tem legitimidade para ser eleito na base da mentira e das promessas falsas, mas para outras coisas as suas promessas são para ser cumpridas, independentemente da vontade do povo.
Mas vamos analisar a barbaridade que se cometeu ao permitir que homens casem com homens e mulheres casem com mulheres, como se fosse a mesma coisa de um homem casar com uma mulher. Fala-se do fim de uma discriminação, mas não é. Até porque se isso é uma discriminação que, na opinião deles, teria que ser acabada, falta acabar com a discriminação de não serem permitidos casamentos polígamos. Ou será que isso também não é uma discriminação? Se uma mulher quiser casar com vários homens e eles quiserem casar com ela, porque motivo não o podem fazer? E porque não pode um homem casar com várias mulheres? Há muitos países onde isso é possível (para usar o argumento deles, o de haver outros países que permitem a aberração), porque é que aqui os polígamos são discriminados? Porque é que aqui um menor não pode ter relações sexuais com um adulto, caso queira, quando tem direito a ter opinião em tantas coisas e a fazer tantas opções na vida, como por exemplo escolher a área de estudos que pretende seguir? Ou quando pode ter relações sexuais com outro menor, sem que haja crime! Ou porque não pode uma pessoa casar com um animal? Que discriminação é esta? Mais uma vez, usando o argumento deles, que direito tem o Estado ou os outros para decidirem pela nossa vida?
O casamento é uma instituição milenar que nada tem a ver com coisas que pessoas que não são normais pretendem. Se eles não querem assumir o problema que têm e tentar resolvê-lo e pretendem ser assim, juntem-se mas não queiram fazer, por provocação, uma coisa que é para casais (assuma-se de uma vez, como um casal um homem e uma mulher, não dois homens ou duas mulheres. Sempre ouvi dizer que fulano tinha um casal de filhos quando tinha um rapaz e uma rapariga, não dois rapazes ou duas raparigas); porque esta ideia peregrina de dois homens ou duas mulheres casarem é pura provocação aos casais normais, como tem sido quase tudo o que essa gente tem feito desde que deixaram de ter vergonha na cara por serem maricas. Porque antigamente eles eram poucos, sabiam o que as pessoas pensavam deles e escondiam-se para fazer aquilo que gostavam, porque tinham vergonha na cara. Mas depois do golpe militar de 1974 começaram-se a infiltrar, mascarados de pessoas normais, no aparelho do Estado e na comunicação social e transformaram aquilo que a comunicação social transmite deles. Começou a ser corriqueiro aparecerem na televisão como sendo pessoas normais, com os apresentadores a dizerem que eles eram normais sim senhor, que ainda eram muito corajosos por irem ali dar a cara em nome de uma causa que quase todas as pessoas considera ser aberrante e desviante. Conseguiram com isso que muita gente os tolerasse, mas não conseguiram ainda que as pessoas concordassem que aquilo era normal (veja-se, por exemplo, que ainda hoje, de novos a velhos, chamar “paneleiro” a alguém continua a ser uma ofensa!) e a prova disso é que rejeitaram o referendo, pois sabiam que o povo português tem repulsa por esta situação e não concorda com mais esta provocação que eles nos fazem. Sim, falo de provocação, pois isto não é mais que uma provocação. Numa altura em que cada vez os casais se casam menos, cada vez se juntam mais, não deixa de ser considerado como provocação o facto de eles se quererem poder casar, pois toda a gente sabe que a maior parte deles não se vão casar, ou, caso o façam, será para terem uma taxa de divórcios elevadíssima, pois toda a gente sabe que são indivíduos extremamente promíscuos. E é por provocação que querem poder casar, para dizerem que já podem fazer o mesmo que nós e olharem-nos de uma maneira sobranceira. Para mim, escusam de o fazer, pois para mim um maricas ou uma fufa continuarão a ser um maricas ou uma fufa e continuarei a olhar com pena para eles, continuarei a olhar com um sorriso irónico os desfiles que fazem em tronco nu ou com a cara pintada, continuarei a olhar para eles na televisão a simularem casamentos em frente à Assembleia da República ou a darem beijos na boca a pessoas do mesmo sexo e a pensar na tristeza e na humilhação a que estão a submeter os pais e em como continuarão a ser gozados, pela frente ou pelas costas, na sua terra, no seu bairro ou no seu prédio. Por mais aberrações que as leis permitam, vamos todos continuar a saber bem de que massa são eles feitos e cá estaremos para ver os tribunais a entupirem cada vez mais com os divórcios litigiosos que esta malta vai provocar. E cá continuaremos a ver eles fazerem regressões civilizacionais, a permitirem casamentos de pessoas que não deviam casar, continuaremos a ser bombardeados na televisão por apresentadores maricas ou de esquerda a dizerem que aquilo é normal e que eles são muito corajosos, continuaremos a ver os nosso filhos a ouvirem aquilo como se fosse verdade e continuaremos a ter que explicar às crianças que nem tudo (ou melhor, quase nada) o que se ouve na televisão é verdade, que eles estão a ser tratados como iguais quando são diferentes – que o normal é um homem com uma mulher – e continuaremos a gozar com eles. E quando os deixarem adoptar crianças, teremos crianças traumatizadas por não terem um pai e uma mãe mas sim dois pais ou duas mães, que serão humilhadas e postas de parte na escola e que terão muitos problemas de identidade, até quando sentirem atracção por pessoas de outro sexo, que elas acharão anormal, pois a realidade em casa e com a qual cresceram é completamente diferente do seu instinto natural. No entanto, aqui acredito que sejam eles a ter dores de morte, pois eu, naquelas ocasiões, só sinto prazer!