Nos últimos dias tenho ouvido na comunicação social as notícias acerca do aumento do salário mínimo para os 450 euros. Ouço o patronato muito chocado com este aumento “brutal” de 4 ou 5 contos (não sei ao certo) por trabalhador, que vai “prejudicar a competitividade das empresas” e levar a mais “falências e desemprego”. Quem me conhece sabe que não sou de esquerda e não sou daqueles que acham que se deve passar o salário mínimo, de um dia para o outro, para 1000 euros, nem se deve dar tudo aos trabalhadores e dizer que todos os patrões são exploradores da classe operária e outras coisas do género, mas tenham dó!
Se estamos a falar de empresas com 4 ou 5 trabalhadores, a diferença para a empresa ao fim do mês é irrisória; se estamos a falar de empresas com centenas de trabalhadores, mal será se a empresa com essa dimensão não consiga aguentar tal aumento, por trabalhador, de 4 ou 5 contos (e aqui ainda estamos a pressupor que todos ou a maior parte dos trabalhadores ganham o salário mínimo); se estamos a falar que empresas com milhares de trabalhadores, normalmente com alguns trabalhadores a receberem magníficos vencimentos e com regalias extras, e com desperdícios normalmente muito grandes ao nível de telefones, faxes, automóveis, etc., não aguentem um aumento que, a nível de custos dessas empresas, é negligenciável quando comparado com os desperdícios, isso então é de bradar aos céus.
Porque, na minha opinião, uma empresa que “se vá abaixo” com um aumento de salários desta natureza, é uma empresa que não tem viabilidade económica e que vai ter que fechar, seja agora, seja para o ano. Porque as empresas que estão para fechar agora ou para o ano e que VÃO FECHAR, não podem ser justificativo para que tantas outras QUE NÃO VÃO FECHAR continuem a pagar salários de miséria aos seus trabalhadores, para que os patrões – muitas vezes maus gestores e indivíduos sem qualquer formação académica e, sobretudo, moral – troquem de Mercedes de 3 em 3 anos em vez de o fazerem só de 5 em 5 anos. Porque é verdade que muitos empresários continuam a tratar o património das empresas como se o deles fosse, porque há muitos que continuam a levantar dinheiro das contas bancárias das empresas ou da caixa como se dinheiro deles fosse e depois andam a pedir empréstimos a taxas elevadíssimas ou a pagar comissões bancárias exorbitantes por deixarem as contas a descoberto na altura de pagar salários ou a fornecedores, e depois queixam-se da crise e que isto está mau na altura de aumentar os salários. Porque é revoltante para um trabalhador pagar casa e as despesas inerentes a ela e ter filhos e sustentar os filhos com 2 salários mínimos por mês e ouvir o patrão dizer que não lhe pode aumentar o salário porque a crise aperta e depois ver o patrão trocar de carro topo de gama a cada 3 ou 4 anos ou vê-lo meter um filho a estudar fora onde, para além da renda da casa, lhe dá mesada superior, para a borga, ao que paga ao trabalhador que trabalha no duro. Porque não se pode dizer que a produtividade dos portugueses é menor, quando um português a trabalhar lá fora tem uma produtividade igual ou superior ao dos cidadãos desses países, o que demonstra que a produtividade dos trabalhadores não é menor, a organização e as maquinarias das empresas é que são piores. Porque o salário mínimo mesmo a 450 euros é uma miséria e nenhum patrão conseguia viver com ele. Porque com 450 euros por mês não é possível ter filhos - coisa tão importante, como se apregoa - para pagar as reformas futuras, ou para continuar a explorar. Porque quem, mesmo assim e teimosamente, quiser ter filhos, com 450 euros por mês vai ter que ir trabalhar com FOME. E com fome não é possível falar de aumentar a produtividade. Porque a produtividade obtém-se com empresas modernas e bem organizadas e com os trabalhadores motivados e nutridos. E toda esta discussão vergonhosa em torno da suposta exorbitância de se aumentar o salário mínimo para 450 euros me causa dores de morte…
Se estamos a falar de empresas com 4 ou 5 trabalhadores, a diferença para a empresa ao fim do mês é irrisória; se estamos a falar de empresas com centenas de trabalhadores, mal será se a empresa com essa dimensão não consiga aguentar tal aumento, por trabalhador, de 4 ou 5 contos (e aqui ainda estamos a pressupor que todos ou a maior parte dos trabalhadores ganham o salário mínimo); se estamos a falar que empresas com milhares de trabalhadores, normalmente com alguns trabalhadores a receberem magníficos vencimentos e com regalias extras, e com desperdícios normalmente muito grandes ao nível de telefones, faxes, automóveis, etc., não aguentem um aumento que, a nível de custos dessas empresas, é negligenciável quando comparado com os desperdícios, isso então é de bradar aos céus.
Porque, na minha opinião, uma empresa que “se vá abaixo” com um aumento de salários desta natureza, é uma empresa que não tem viabilidade económica e que vai ter que fechar, seja agora, seja para o ano. Porque as empresas que estão para fechar agora ou para o ano e que VÃO FECHAR, não podem ser justificativo para que tantas outras QUE NÃO VÃO FECHAR continuem a pagar salários de miséria aos seus trabalhadores, para que os patrões – muitas vezes maus gestores e indivíduos sem qualquer formação académica e, sobretudo, moral – troquem de Mercedes de 3 em 3 anos em vez de o fazerem só de 5 em 5 anos. Porque é verdade que muitos empresários continuam a tratar o património das empresas como se o deles fosse, porque há muitos que continuam a levantar dinheiro das contas bancárias das empresas ou da caixa como se dinheiro deles fosse e depois andam a pedir empréstimos a taxas elevadíssimas ou a pagar comissões bancárias exorbitantes por deixarem as contas a descoberto na altura de pagar salários ou a fornecedores, e depois queixam-se da crise e que isto está mau na altura de aumentar os salários. Porque é revoltante para um trabalhador pagar casa e as despesas inerentes a ela e ter filhos e sustentar os filhos com 2 salários mínimos por mês e ouvir o patrão dizer que não lhe pode aumentar o salário porque a crise aperta e depois ver o patrão trocar de carro topo de gama a cada 3 ou 4 anos ou vê-lo meter um filho a estudar fora onde, para além da renda da casa, lhe dá mesada superior, para a borga, ao que paga ao trabalhador que trabalha no duro. Porque não se pode dizer que a produtividade dos portugueses é menor, quando um português a trabalhar lá fora tem uma produtividade igual ou superior ao dos cidadãos desses países, o que demonstra que a produtividade dos trabalhadores não é menor, a organização e as maquinarias das empresas é que são piores. Porque o salário mínimo mesmo a 450 euros é uma miséria e nenhum patrão conseguia viver com ele. Porque com 450 euros por mês não é possível ter filhos - coisa tão importante, como se apregoa - para pagar as reformas futuras, ou para continuar a explorar. Porque quem, mesmo assim e teimosamente, quiser ter filhos, com 450 euros por mês vai ter que ir trabalhar com FOME. E com fome não é possível falar de aumentar a produtividade. Porque a produtividade obtém-se com empresas modernas e bem organizadas e com os trabalhadores motivados e nutridos. E toda esta discussão vergonhosa em torno da suposta exorbitância de se aumentar o salário mínimo para 450 euros me causa dores de morte…
1 comentário:
Boa reflexão!!
Encorajo-te fortemente a propor o texto a publicação. Estão la todos os argumentos económicos e "empíricos" explicados de forma simples e clara.
Por alguns instantes, tive a sensação de voltar à conversa que tivemos na Guarda em Agosto.
Grande abraço,
Nuno
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