A educação é, provavelmente, o sector mais importante para o desenvolvimento do país. Por esse motivo, não irei dedicar uma crónica só a este assunto, pois seria longa demais e irei opinar, em várias crónicas, sobre alguns dos assuntos mais importantes. Opinarei acerca das “novas oportunidades”, acerca da tentativa de manter no sistema todos os jovens, acerca da avaliação dos alunos, neste caso opinarei acerca da avaliação dos professores e falarei de outras vergonhas e tentativas de destruição do ensino público e das tentativas de destruição do ensino em geral – do primário ao superior – que têm sido feitas desde o 25 de Abril.
No sábado passado houve uma manifestação em Lisboa onde estiveram presentes cerca de 120 mil pessoas (digo pessoas e não professores, pois certamente houve muita gente que lá compareceu para mostrar o seu desagrado face ao governo liberal/socialista de José Sócrates) a protestar contra a avaliação dos professores. Creio que quase toda a gente tem um familiar, um amigo ou um conhecido que é professor ou já ouviu histórias do que se anda a passar nas escolas, e sabe que o ensino está à beira do descalabro, sendo que o tempo que obriga os professores a preencher papeladas, a definir objectivos, a reunir-se com outros, a assistir a aulas para avaliar colegas, etc., é completamente contrário àquilo que se pretende que faça: ensinar. É absolutamente absurdo que um professor, com esta avaliação pretendida pela ministra, passe a maior parte do tempo a fazer coisas que não têm nada a ver com ensinar mas com o avaliarem-se uns aos outros.
Depois vem o esquema das quotas para as classificações. Ou seja, se uma escola tiver os melhores professores e outra os piores, alguns dos melhores não poderão ter a nota máxima e alguns inferiores poderão. Injusto!
Outro assunto que me causa dores de morte, é o facto de não saber o que acontece a quem obtiver más notas. Parece-me que não irá acontecer nada, o que me sugere que a avaliação dos professores não serve para se corrigir nada, serve apenas para não se aumentar os vencimentos a uma classe que, sem dúvida nenhuma, tem um desgaste terrível com uns alunos cada vez mais indisciplinados e aos quais cada vez se tem menos mecanismos para os disciplinar, e de uns pais cada vez mais cegos e que, perante a indisciplina dos filhos, em vez de lhes darem os devidos correctivos que devem ser dados enquanto são crianças, ainda se viram contra os professores e ainda os agridem, em vez de lhes agradecer por tentarem fazer alguma coisa de miúdos que, a maior parte das vezes, nunca serão nada na vida.
Aliás, e usando aqui um pouco de ironia, segundo parece, o governo nem tem grandes motivos para andar a tentar avaliar os professores, pois, a avaliar pelas notas dos exames nacionais, parece que temos professores cada vez melhores e alunos cada vez mais inteligentes e estudiosos! Todos os professores merecem é ganhar muito mais, pois os alunos conseguem cada vez melhores notas, portanto tudo corre sobre rodas e cada professor merece cada cêntimo que ganha, por isso a avaliação deve ser só uma: excelente para todos!
A avaliação tem que ser feita pelas notas que os alunos têm em exames nacionais RIGOROSOS (não a “palhaçada” que têm sido estes), obviamente corrigidos pelas notas dos anos anteriores da escola onde o professor lecciona. Porque é injusto que um professor, pelo facto de estar a dar aulas numa escola onde a generalidade dos alunos provêm de classes altas, onde são apoiados em casa, onde têm explicações, etc., seja avaliado só pelas notas que os alunos obtêm nos exames nacionais, quando outro, que até pode ser melhor mas está a leccionar numa escola suburbana onde as crianças são deixadas entregues a si mesmas, nem são apoiadas em casa, certamente terá piores resultados por parte dos seus alunos nos exames nacionais. Assim, a avaliação deverá ter em conta o histórico dos resultados dos alunos da escola nos exames nacionais nos últimos anos e se o professor conseguiu que os alunos subissem, descessem ou mantivessem as notas. Parece-me simples, claro, sem burocracias, sem reuniões, sem papéis e, sobretudo, sem o constrangimento de um professor avaliar outro e de uma forma perfeitamente objectiva, que são os resultados que os seus alunos conseguem obter em exames nacionais. Mas eu sei porque é que isso não se faz; não se faz porque os exames são cada vez mais fáceis para mostrar nas estatísticas e assim seria muito difícil não dar excelentes notas aos professores e, consequentemente, pagar-lhes mais. Então a ministra tem um dilema: para mostrar estatísticas de exames muito bons, teria que dar boas notas a todos e pagar-lhes mais; para dar más notas aos professores e não lhes pagar mais, seria o descalabro nas notas dos alunos cada vez mais ignorantes. Desculpem a repetição exaustiva de “pagar-lhes mais” , mas é disto que se trata esta avaliação desta maneira: é, única e exclusivamente, “não lhes pagar mais”.
Para terminar por hoje, só mais um desabafo. Não imaginam as dores de morte que eu tenho quando me lembro que há uns anos atrás, quando andava na escola e no liceu, ouvia os meus pais dizerem que nós já não aprendíamos nada. Agora, ao olhar para a juventude que anda a estudar, sinto as dores de morte que os meus pais sentiam quando me viam a mim. Ouço dizer que antes os alunos tinham 4 anos de ensino obrigatório e tinham que aprender o básico nesses anos; passou a 6 e passaram a ter 6 anos para aprender o básico; depois 9; vamos passar, qualquer dia, a 12; e os alunos chegam cada vez mais ao 12º ano sem saber ler, sem saber interpretar o que lêem, sem saber história, literatura, filosofia, sem saber a tabuada, sem conseguirem ter um pensamento mais abstracto, em suma, sem saberem pensar. Tenho dores de morte quando vejo que o ensino e, portanto, o país, está a ir para o buraco!
No sábado passado houve uma manifestação em Lisboa onde estiveram presentes cerca de 120 mil pessoas (digo pessoas e não professores, pois certamente houve muita gente que lá compareceu para mostrar o seu desagrado face ao governo liberal/socialista de José Sócrates) a protestar contra a avaliação dos professores. Creio que quase toda a gente tem um familiar, um amigo ou um conhecido que é professor ou já ouviu histórias do que se anda a passar nas escolas, e sabe que o ensino está à beira do descalabro, sendo que o tempo que obriga os professores a preencher papeladas, a definir objectivos, a reunir-se com outros, a assistir a aulas para avaliar colegas, etc., é completamente contrário àquilo que se pretende que faça: ensinar. É absolutamente absurdo que um professor, com esta avaliação pretendida pela ministra, passe a maior parte do tempo a fazer coisas que não têm nada a ver com ensinar mas com o avaliarem-se uns aos outros.
Depois vem o esquema das quotas para as classificações. Ou seja, se uma escola tiver os melhores professores e outra os piores, alguns dos melhores não poderão ter a nota máxima e alguns inferiores poderão. Injusto!
Outro assunto que me causa dores de morte, é o facto de não saber o que acontece a quem obtiver más notas. Parece-me que não irá acontecer nada, o que me sugere que a avaliação dos professores não serve para se corrigir nada, serve apenas para não se aumentar os vencimentos a uma classe que, sem dúvida nenhuma, tem um desgaste terrível com uns alunos cada vez mais indisciplinados e aos quais cada vez se tem menos mecanismos para os disciplinar, e de uns pais cada vez mais cegos e que, perante a indisciplina dos filhos, em vez de lhes darem os devidos correctivos que devem ser dados enquanto são crianças, ainda se viram contra os professores e ainda os agridem, em vez de lhes agradecer por tentarem fazer alguma coisa de miúdos que, a maior parte das vezes, nunca serão nada na vida.
Aliás, e usando aqui um pouco de ironia, segundo parece, o governo nem tem grandes motivos para andar a tentar avaliar os professores, pois, a avaliar pelas notas dos exames nacionais, parece que temos professores cada vez melhores e alunos cada vez mais inteligentes e estudiosos! Todos os professores merecem é ganhar muito mais, pois os alunos conseguem cada vez melhores notas, portanto tudo corre sobre rodas e cada professor merece cada cêntimo que ganha, por isso a avaliação deve ser só uma: excelente para todos!
A avaliação tem que ser feita pelas notas que os alunos têm em exames nacionais RIGOROSOS (não a “palhaçada” que têm sido estes), obviamente corrigidos pelas notas dos anos anteriores da escola onde o professor lecciona. Porque é injusto que um professor, pelo facto de estar a dar aulas numa escola onde a generalidade dos alunos provêm de classes altas, onde são apoiados em casa, onde têm explicações, etc., seja avaliado só pelas notas que os alunos obtêm nos exames nacionais, quando outro, que até pode ser melhor mas está a leccionar numa escola suburbana onde as crianças são deixadas entregues a si mesmas, nem são apoiadas em casa, certamente terá piores resultados por parte dos seus alunos nos exames nacionais. Assim, a avaliação deverá ter em conta o histórico dos resultados dos alunos da escola nos exames nacionais nos últimos anos e se o professor conseguiu que os alunos subissem, descessem ou mantivessem as notas. Parece-me simples, claro, sem burocracias, sem reuniões, sem papéis e, sobretudo, sem o constrangimento de um professor avaliar outro e de uma forma perfeitamente objectiva, que são os resultados que os seus alunos conseguem obter em exames nacionais. Mas eu sei porque é que isso não se faz; não se faz porque os exames são cada vez mais fáceis para mostrar nas estatísticas e assim seria muito difícil não dar excelentes notas aos professores e, consequentemente, pagar-lhes mais. Então a ministra tem um dilema: para mostrar estatísticas de exames muito bons, teria que dar boas notas a todos e pagar-lhes mais; para dar más notas aos professores e não lhes pagar mais, seria o descalabro nas notas dos alunos cada vez mais ignorantes. Desculpem a repetição exaustiva de “pagar-lhes mais” , mas é disto que se trata esta avaliação desta maneira: é, única e exclusivamente, “não lhes pagar mais”.
Para terminar por hoje, só mais um desabafo. Não imaginam as dores de morte que eu tenho quando me lembro que há uns anos atrás, quando andava na escola e no liceu, ouvia os meus pais dizerem que nós já não aprendíamos nada. Agora, ao olhar para a juventude que anda a estudar, sinto as dores de morte que os meus pais sentiam quando me viam a mim. Ouço dizer que antes os alunos tinham 4 anos de ensino obrigatório e tinham que aprender o básico nesses anos; passou a 6 e passaram a ter 6 anos para aprender o básico; depois 9; vamos passar, qualquer dia, a 12; e os alunos chegam cada vez mais ao 12º ano sem saber ler, sem saber interpretar o que lêem, sem saber história, literatura, filosofia, sem saber a tabuada, sem conseguirem ter um pensamento mais abstracto, em suma, sem saberem pensar. Tenho dores de morte quando vejo que o ensino e, portanto, o país, está a ir para o buraco!
2 comentários:
Este sistema de ensino é tão bom que até já produziu Primeiros Ministros: subir na vida sem estudar; canudos oferecidos, e de preferência ao Domingo; estagio na Assembleia da Republica ou até num gabinete ministerial. Sejam bem-vindos às novas oportunidades do PS!
Só vota a baixo,
Enfim, é de lamentar que vocês, “ditos” pessoas inteligentes, não tenham a capacidade de reconhecer, que as novas oportunidades, é uma mais-valia para o país, e para os cidadãos que não tiveram os papás, que lhes pagassem os estudos como vocês tiveram, desde a vossa infância. Muitos de vocês, chegaram a doutorzinhos e engenheirinhos, á custa de muito dinheiro, e a universidades privadas, entre outras coisas. Outros até, foram para outros países, onde a média na universidade, é bem inferior á nossa, para poderem entrar no curso que pretendem. Não quero por isto dizer, que somos todos iguais, como é óbvio. Como em todo o mundo, á pessoas com mais capacidades de que outras, não podemos ser todos doutores, ou classificar todos da mesma maneira. Na minha opinião, todas estas pessoas que estão em desacordo com o programa, não conhecem minimamente o programa rvcc 12ºano, como a comentadora anterior disse, que uma formanda não sabia nem fazer uma carta de reclamação, ora se assim fosse, nunca conseguiria completar o programa 12ºano. Essa dita formanda, vai ter que demonstrar em múltiplas áreas as suas competências. Embora eu aceite, que é sempre mais fácil este processo, fazer o 10º,11º,12º num espaço de 1 ano, do que andar 3 anos na escola. Países como França, e outros da comunidade Europeia, já praticam este processos á anos e com bastante sucesso.
Caros comentadores, não sejam retrógrados, e encarem a realidade, devemos dar apoio a todas essas pessoas, que muitas delas foi com grande esforço, que tentam melhorar a sua formação académica.
Enviar um comentário